No dia 4 de novembro do corrente, pelas 16.30 horas, é inaugurada na Biblioteca Municipal de Silves a primeira parte da exposição “Rocha de Sousa: aqui ficarei”. Antes, pelas 16.00 horas, na Rua 25 de abril em Silves, procede-se à colocação de uma Placa de Homenagem na casa onde viveu e nasceu Rocha de Sousa e a pequenos apontamentos musicais pelo Quarteto da Banda da Sociedade Filarmónica Silvense.
Ato de resistência à ausência e ao esquecimento, a exposição pretende dar um testemunho da obra de Rocha de Sousa (Silves, 1938-Lisboa, 2021), simultaneamente construída sob o desígnio programático das «coincidências voluntárias», procuradas e exercidas nos domínios da docência, do ensaio, da crítica, da ficção, das artes plásticas, do cinema e da televisão, e com a convicção de que apenas na liberdade não constrangida de «ser vários sem heterónimos», a solidariedade se expressa, nela encontrando os argumentos circulares de uma criação solitária.
De natureza fundamentalmente documental, a primeira parte da exposição apresenta o autor e desdobra-se em cinco núcleos — textos de imprensa, textos didáticos, textos de ficção, programas didáticos audiovisuais e filmes de ficção —, desse modo preparando a segunda parte que, a decorrer na Igreja da Misericórdia em Silves entre final de janeiro a março de 2024, terá como objeto a sua obra plástica.
Distinguido pelo Município de Silves, em 2019, com o Prémio Arte e Cultura, Rocha de Sousa escreveu no agradecimento que veio a ser publicado no jornal Terra Ruiva (out. 2021): «aqui ficarei, aqui ficarei, ponto histórico que me obriga a nacionalidade, verdade das raízes, de novo as imagens, memória, um corpo, um testemunho com registo de morada».
Esta exposição é mais um movimento no sentido dessa permanência. Em Silves e em nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário