“Inventor
de esquecimentos”, de António
Canteiro,
foi apresentado na Biblioteca Municipal de Cantanhede, no dia 16 de
novembro, numa sessão que contou com a presença de mais de 130
participantes, entre os quais escritores, escultores, pintores,
músicos, de Cantanhede e de vários concelhos da região. A sessão
teve casa cheia, mas sobretudo de referências literárias e
vencedores de prémios literários - tal como a obra em causa.
Na
mesa de honra estiveram Pedro Cardoso, vice-presidente da Câmara
Municipal, Teresa Carvalho, apresentadora da obra, Ana Sofia Grilo,
presidente da Associação FotografARTE, Eduardo Varela Pècurto,
fotógrafo e figura sobre a qual versa o livro, e António Canteiro
autor da publicação.
No
decurso do evento Pedro Cardoso felicitou António Canteiro pela
publicação de “mais uma obra
de elevada qualidade literária”,
enaltecendo igualmente
“o talento e sensibilidade a que o
autor já nos habituou no
consórcio da escrita a outras artes, desta vez à fotografia.”
No
decurso da sessão Teresa Carvalho, professora e crítica literária
elogiou “«Inventor de
esquecimentos» pela sua escrita cuidada e tão expressiva.”
Realizou uma apresentação magistral, desvelando o interesse do
trabalho em apreço, pela maestria da palavra, pela aturada
referência à pessoa de Varela Pècurto.
“Por
esta obra, fiquei a conhecer melhor quem foi e o extraordinário
legado deste fotógrafo, informação que não tinha encontrado em
notas, artigos nem até em trabalhos académicos”,
pela articulação entre estas duas expressões: a literatura e a
arte fotográfica. “Tudo se faz
com trabalho, a urdidura de um romance biográfico como este, a
fotografia singular como efetuou Varela Pècurto ao registar um raio
sobre a torre da Universidade de Coimbra”,
referiu.
Esta
apresentação constará da próxima edição da Revista
Colóquio/Letras, da Fundação Calouste Gulbenkian.
José
Machado Lopes brindou os presentes com duas intervenções de leitura
expressiva de breves trechos da obra em apreço.
Nesta
apresentação foi entregue a Catarina Gralheiro, pela presidente da
FotografARTE, Ana Sofia Grilo e por António Canteiro, um conjunto de
livros do escritor, premiando a sua fotografia, eleita para a capa.
Eduardo
Varela Pècurto, conhecido fotógrafo do meio artístico coimbrão,
biografado no romance “Inventor de esquecimentos”, agradeceu,
emocionado, todo o carinho demonstrado pelo autor, pelo Município e
pelos presentes.
A
sessão contou, ainda, com dois apontamentos musicais a cargo do Duo
de Flauta Instrumental – Marias, jovens instrumentistas Maria
Carolina Neto e Maria Caldeira, da Associação António Fragoso, que
interpretaram temas da autoria de António Fragoso, com arranjos de
Evaristo Neto.
Sobre
António Canteiro
António
Canteiro, pseudónimo de João Carlos Costa da Cruz, nasceu em São
Caetano e vive em Febres, Cantanhede. É técnico superior de
Reinserção Social na Direção-Geral de Reinserção e Serviços
Prisionais, em Aveiro. É autor de uma vasta obra literária, toda
ela premiada, quer no romance quer na poesia.
Obras
publicadas
Romance
(8 títulos)
Parede
de Adobo
(Húmus) - Menção Honrosa do Prémio Carlos de Oliveira, 2005; Ao
Redor dos Muros (Gradiva)
- Prémio Alves Redol, 2009; Largo
da Capella
(Gradiva) - Menção Honrosa do Prémio João Gaspar Simões, 2011;
Logo à
Tarde vai Estar Frio (Gradiva)
- Menção Especial do Júri, no Prémio João José Cochofel, 2013;
Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho, 2015 (obra traduzida para
inglês); A
Luz Vem das Pedras
(Gradiva) - Prémio Alves Redol, 2015; Vamos
Então Falar de Árvores
(Húmus) - vencedor ex aequo do Prémio Bento da Cruz, 2018; Nocturno
(Gradiva) - Prémio Literário Ferreira de Castro, 2020 e Inventor
de Esquecimentos
(Gradiva) - Prémio Literário Joaquim Mestre, 2024.
Poesia
(6 títulos)
O
Silêncio Solar das Manhãs
(Gradiva) - Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama, 2013; Na
Luz das Janelas Pestanejam as Sombras
(Húmus) - Prémio Bocage, 2015; A
Casa do Ser (Gradiva) - Prémio de
Poesia de Bocage, 2018; Não
Fosse o Tumulto de Um Corpo
(Húmus) - Prémio Literário António Cabral, 2019; O
Sol Incendeia o Alarido das Cigarras
(Húmus) - Prémio Literário Fausto Guedes Teixeira, 2022 e 25
Mulheres de Abril
(Húmus), 2024.
Sobre
Varela Pècurto
Eduardo
Francisco Varela Pècurto nasceu em Ervedal, Portalegre, em 1925. É
um dos mais antigos fotógrafos profissionais do país. Foi
foto-repórter e operador correspondente da RTP, na região centro
durante 25 anos.
Em
1950 mudou-se para Coimbra onde trabalhou na secção de fotografia
da Livraria Atlântida Editora. Foi sócio-fundador do Grupo de
Amadores de Fotografia e Cinema “Câmara”. Foi sócio-gerente da
Casa Hilda, cargo que ocupou até à sua aposentação. Participou em
concursos nacionais e internacionais de fotografia; em 1954 recebeu o
prémio “Excellence”, da Fédération Internationale de l’Art
Photographique (FIAP), o mais importante atribuído
internacionalmente na categoria de fotografia amadora de salão.
Distinguido com mais de 100 menções honrosas em concursos
fotográficos internacionais, em 2005 foi agraciado com a medalha de
Mérito Cultural pela Câmara Municipal de Coimbra.
Sobre
Teresa Carvalho
Teresa
Carvalho é professora e crítica literária. É licenciada em
Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra e mestre em Poética e Hermenêutica.
Investigadora do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos, tem
integrado júris de importantes prémios literários, nomeadamente,
no ano transato foi júri o Prémio Oceanos. Colabora com a Unidade
de Cultura, Comunicação e Ação Estratégica da Sociedade
Portuguesa de Autores. Faz crítica literária no jornal i e no
semanário Sol. É membro da Associação Portuguesa dos Críticos
Literários e da Associação Portuguesa de Escritores e moderadora
nas conversas com escritores das Quintas de Leitura, na Figueira da
Foz.
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