terça-feira, 19 de novembro de 2024

No passado sábado, 16 de novembro de 2024. “Inventor de esquecimentos”, de António Canteiro, teve apresentação editorial na Biblioteca Municipal de Cantanhede

 
Inventor de esquecimentos”, de António Canteiro, foi apresentado na Biblioteca Municipal de Cantanhede, no dia 16 de novembro, numa sessão que contou com a presença de mais de 130 participantes, entre os quais escritores, escultores, pintores, músicos, de Cantanhede e de vários concelhos da região. A sessão teve casa cheia, mas sobretudo de referências literárias e vencedores de prémios literários - tal como a obra em causa.
Na mesa de honra estiveram Pedro Cardoso, vice-presidente da Câmara Municipal, Teresa Carvalho, apresentadora da obra, Ana Sofia Grilo, presidente da Associação FotografARTE, Eduardo Varela Pècurto, fotógrafo e figura sobre a qual versa o livro, e António Canteiro autor da publicação.
No decurso do evento Pedro Cardoso felicitou António Canteiro pela publicação de “mais uma obra de elevada qualidade literária”, enaltecendo igualmente “o talento e sensibilidade a que o autor já nos habituou no consórcio da escrita a outras artes, desta vez à fotografia.”
No decurso da sessão Teresa Carvalho, professora e crítica literária elogiou “«Inventor de esquecimentos» pela sua escrita cuidada e tão expressiva.” Realizou uma apresentação magistral, desvelando o interesse do trabalho em apreço, pela maestria da palavra, pela aturada referência à pessoa de Varela Pècurto.
Por esta obra, fiquei a conhecer melhor quem foi e o extraordinário legado deste fotógrafo, informação que não tinha encontrado em notas, artigos nem até em trabalhos académicos”, pela articulação entre estas duas expressões: a literatura e a arte fotográfica. “Tudo se faz com trabalho, a urdidura de um romance biográfico como este, a fotografia singular como efetuou Varela Pècurto ao registar um raio sobre a torre da Universidade de Coimbra”, referiu.
Esta apresentação constará da próxima edição da Revista Colóquio/Letras, da Fundação Calouste Gulbenkian.
José Machado Lopes brindou os presentes com duas intervenções de leitura expressiva de breves trechos da obra em apreço.
Nesta apresentação foi entregue a Catarina Gralheiro, pela presidente da FotografARTE, Ana Sofia Grilo e por António Canteiro, um conjunto de livros do escritor, premiando a sua fotografia, eleita para a capa.
Eduardo Varela Pècurto, conhecido fotógrafo do meio artístico coimbrão, biografado no romance “Inventor de esquecimentos”, agradeceu, emocionado, todo o carinho demonstrado pelo autor, pelo Município e pelos presentes.
A sessão contou, ainda, com dois apontamentos musicais a cargo do Duo de Flauta Instrumental – Marias, jovens instrumentistas Maria Carolina Neto e Maria Caldeira, da Associação António Fragoso, que interpretaram temas da autoria de António Fragoso, com arranjos de Evaristo Neto.

Sobre António Canteiro
António Canteiro, pseudónimo de João Carlos Costa da Cruz, nasceu em São Caetano e vive em Febres, Cantanhede. É técnico superior de Reinserção Social na Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, em Aveiro. É autor de uma vasta obra literária, toda ela premiada, quer no romance quer na poesia.
Obras publicadas
Romance (8 títulos)
Parede de Adobo (Húmus) - Menção Honrosa do Prémio Carlos de Oliveira, 2005; Ao Redor dos Muros (Gradiva) - Prémio Alves Redol, 2009; Largo da Capella (Gradiva) - Menção Honrosa do Prémio João Gaspar Simões, 2011; Logo à Tarde vai Estar Frio (Gradiva) - Menção Especial do Júri, no Prémio João José Cochofel, 2013; Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho, 2015 (obra traduzida para inglês); A Luz Vem das Pedras (Gradiva) - Prémio Alves Redol, 2015; Vamos Então Falar de Árvores (Húmus) - vencedor ex aequo do Prémio Bento da Cruz, 2018; Nocturno (Gradiva) - Prémio Literário Ferreira de Castro, 2020 e Inventor de Esquecimentos (Gradiva) - Prémio Literário Joaquim Mestre, 2024.
Poesia (6 títulos)
O Silêncio Solar das Manhãs (Gradiva) - Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama, 2013; Na Luz das Janelas Pestanejam as Sombras (Húmus) - Prémio Bocage, 2015; A Casa do Ser (Gradiva) - Prémio de Poesia de Bocage, 2018; Não Fosse o Tumulto de Um Corpo (Húmus) - Prémio Literário António Cabral, 2019; O Sol Incendeia o Alarido das Cigarras (Húmus) - Prémio Literário Fausto Guedes Teixeira, 2022 e 25 Mulheres de Abril (Húmus), 2024.

Sobre Varela Pècurto
Eduardo Francisco Varela Pècurto nasceu em Ervedal, Portalegre, em 1925. É um dos mais antigos fotógrafos profissionais do país. Foi foto-repórter e operador correspondente da RTP, na região centro durante 25 anos.
Em 1950 mudou-se para Coimbra onde trabalhou na secção de fotografia da Livraria Atlântida Editora. Foi sócio-fundador do Grupo de Amadores de Fotografia e Cinema “Câmara”. Foi sócio-gerente da Casa Hilda, cargo que ocupou até à sua aposentação. Participou em concursos nacionais e internacionais de fotografia; em 1954 recebeu o prémio “Excellence”, da Fédération Internationale de l’Art Photographique (FIAP), o mais importante atribuído internacionalmente na categoria de fotografia amadora de salão. Distinguido com mais de 100 menções honrosas em concursos fotográficos internacionais, em 2005 foi agraciado com a medalha de Mérito Cultural pela Câmara Municipal de Coimbra.

Sobre Teresa Carvalho
Teresa Carvalho é professora e crítica literária. É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e mestre em Poética e Hermenêutica. Investigadora do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos, tem integrado júris de importantes prémios literários, nomeadamente, no ano transato foi júri o Prémio Oceanos. Colabora com a Unidade de Cultura, Comunicação e Ação Estratégica da Sociedade Portuguesa de Autores. Faz crítica literária no jornal i e no semanário Sol. É membro da Associação Portuguesa dos Críticos Literários e da Associação Portuguesa de Escritores e moderadora nas conversas com escritores das Quintas de Leitura, na Figueira da Foz.

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