sábado, 12 de setembro de 2015

Velho rabugento!

Velho rabugento!
Assunto: Phyllis Mccormack


Quando aquele homem bem idoso morreu na ala da geriatria de um lar de terceira idade de uma pequena cidade australiana e toda a gente acreditou que ele não deixava nada de valor atrás dele.
Mas quando as enfermeiras fizeram a lista de seus parcos pertences, descobriram este poema. A sua natureza e sua qualidade eram tais que o pessoal do lar fez fotocópias e distribuiu-o a todos os funcionários do hospital.
Uma enfermeira enviou uma cópia do poema para Melbourne. Desde então, o único título de glória daquele idoso foi publicado nas edições de Natal de inúmeras revistas australianos, bem como nas revistas que tratam da saúde mental. Este poema simples, mas eloquente, foi até transformado em diaporama de slides.
E o ancião, que não tinha nada de mais para oferecer ao mundo, é agora o autor deste poema "anónimo" que conhece um grande sucesso na web.

Velho rabugento!
O que vedes, enfermeiras? … … O que vedes?
Em que pensais … … quando olhais para mim?
Um homem velho rabugento … … que não é muito esperto,
com hábitos hesitantes … … e com o olhar perdido lá longe?
Que quando está a comer se baba … … e nunca responde às perguntas.
Que, quando vocês gritam… … "eu gostaria que fizesse um esforçozinho!"
Parece não reagir de todo … ... a todas estas coisas que vocês fazem.
Um homem que perde … … sempre uma meia ou um sapato.
Que, mesmo resistindo ... ... vos deixa fazer o que vocês querem,
para alimentá-lo e dar-lhe o banho … … e para preencher estes longos dias?
Será que é isso que vós pensais? ... … Será isso o que vós vedes?
Então abri os olhos, enfermeiras! Porque vós não me vedes a mim.
Eu vou-vos dizer quem sou … … quando eu estou aqui sentado,
quando vos obedeço … … quando como o que vocês me dão.
Eu sou uma criança de dez anos … … eu tenho um pai, uma mãe,
irmãos e irmãs … … que gostam muito uns dos outros.
Eu sou um rapaz de 16 anos … … vivaço e motivado,
que só tem uma esperança: encontrar … … o mais rapidamente possível aquela que amará.
Eu sou um noivo de vinte anos … …de coração palpitante.
Eu sofro a recordar-me dos compromissos … … que prometi honrar.
Agora com 25 anos de idade … … Eu já tenho filhos,
que precisam dos meus conselhos … … e de um lar feliz e seguro.
Aos 30 anos, … … oh como os meus filhos crescem tão depressa,
unidos como os dedos de uma mão … …por laços que deveriam ser duradouros.
Aos 40 anos, os meus filhos … … tornaram-se adultos e partiram,
mas a minha mulher está sempre ao meu lado … … para ver que eu não os culpo.
Aos 50 anos, de novo … … os bebés andam rodopiam à minha volta,
Há novamente crianças em casa … … a minha amada e eu.
O pior não está ainda para vir, ele já está aqui … … a minha mulher já não vive.
Volto-me para o futuro … … estou a tremer de medo.
Porque os meus filhos têm agora os filhos deles … … queridos pequenos.
E estou a pensar no tempo que passa … … e em todo o amor que eu recebi.
Sou um pobre velho … …e a natureza é particularmente cruel.
A velhice é uma piada de mau gosto … … que nos faz parecer estúpidos.
O corpo desmorona-se … … O encanto e vigor desaparecem.
Não há mais do que uma pedra … … aí onde antes, eu tinha um coração.
Mas por trás desta velha carcaça, continua a existir um homem jovem, escondido na sombra, e de tempos em tempos … … o meu coração fraco acelera-se
quando eu me lembro de todos os momentos felizes … ... lembro-me também dos momentos dolorosos.
E eu amo e eu vivo … … de novo a minha vida.
Eu recordo todos estes anos, muito curtos … … e que passaram depressa.
Eu aceito este triste estado de coisas … …. Nada dura para sempre.
Abri pois os olhos … … Abri os olhos e reparai bem.
Eu não sou um velho rabugento.
Olhai mais de perto … … e reparai em … … MIM!
Lembrem-se deste poema quando encontrarem uma pessoa idosa que tenham a tentação de ignorara, sem fazer o esforço de procurar a alma de criança que vive no seu seio. Porque um dia, todos seremos de avançada idade!
(Texto original de Phyllis Mccormack).
As coisas as mais lindas e desejáveis deste mundo não são visíveis e palpáveis: devem ser sentidas com o coração!
TAL QUAL NOS CHEGOU... enviado pelo Amigo Alves Ribeiro.

Postado por Joaquim Carlos, Coordenador do Projecto Imagem e Comunicação.

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