sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Sete anos à espera da mãe de todas as ondas


Como Hugo Vau surfou a maior e uma das mais misteriosas ondas da Nazaré e bateu o recorde de McNamara. A entrevista de Fernando Alves na Manhã TSF.

Hugo Vau já tinha ouvido os pescadores falarem daquela onda, a tal. "Nós íamos para o mar e quando voltávamos eles diziam-nos: pensam que é isso só? Ainda não viram nada. Há uma que rebenta muito de vez em quando".

Era atrás deste mito propagado pelos homens do mar que Hugo e a equipa andavam. E ela acabou por chegar - a Big Mamma.

"É uma onda que rebenta num sítio muito específico, numa zona mais afastada da costa e precisa de ondulações gigantes, fora do normal, para que quebre". A 17 de janeiro, Hugo Vau estava à espera dela. 35 metros numa coluna de mar. Estava quebrado o recorde que até à data pertencia ao surfista norte-americano Garrett McNamara.

Cavalgar a maior onda do mundo foi o fruto de muitos anos de trabalho. "Sete anos de dedicação ao mar da Praia do Norte", recorda. Mas é também preciso ter uma boa equipa, muita paciência e a sorte de estar no momento certo para aproveitar esta "dádiva da Natureza".

Em finais de abril há de surgir a confirmação oficial que Hugo surfou a maior onda do mundo. Para já, as imagens estão a ser analisadas pela XXL Biggest Wave Awards, que avalia as ondas gigantes, e dentro de alguns meses será decretado o recorde.

Uma conquista "abençoada" por McNamara, amigo de Hugo. "Ficou muito feliz. Se ficar em família, fica bem entregue", afirma o surfista, "ele sempre me disse que se alguém batesse o recorde gostava que fosse eu".

Hugo vai continuar a surfar na Nazaré. Está rendido ao que considera ser "um ícone incontornável"; para surfistas, mas também para admiradores de fenómenos da Natureza. "É um espetáculo impressionante".

Mas os Açores permanecem como santuário e refúgio e o Baleal, em Peniche, um sítio de que guarda boas memórias, onde quer sempre voltar.

Hugo Vau, o "caçador de ondas" que anda atrás de tempestades quando toda a gente foge delas, sente-se parte do mar. É lá que encontra paz, que se sente em casa. Surfar é um privilégio e uma inspiração.

Agora, Hugo espera pela próxima tempestade.

Três dias antes, já é possível saber que as ondas vão estar boas. 24 horas, com toda a certeza....



Fonte: TSF

Foto: polvo32/Instagram

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