quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Presidente da Comissão Nacional de Eleições chama de “cães” aos seus críticos

Foto da CNE
O Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) chamou de “cães” a “esses que andam a falar mal de mim, chamam-me ladrão de votos”. O Sheik Abdul Carimo Nordine Sau, que entrou para a CNE num processo pouco transparente e “driblando” todas Organizações da Sociedade Civil envolvidas no escrutínio eleitoral, acrescentou que não vai parar o trabalho “para lhes atirar pedras”
Num encontro com representantes de partidos políticos, coligações de partidos políticos, grupos de cidadãos eleitores proponentes, organizações da sociedade civil e observadores eleitorais, na passada sexta-feira (05), em Maputo, Abdul Carimo considerou absurdo que os académicos e os líderes das formações políticas sustentem boatos com o intuito de descredibilizar um processo eleitoral feito com muita dedicação.
“Eu vivi 10 anos no deserto. Vocês sabem que no deserto anda-se e viaja-se de camelos” disse o presidente da CNE explanando que ao longo do percurso “é normal aparecerem cães” que ladeiam os camelos e latem. “Ai daquele que quiser parar a viagem e atirar pedras aos cães. Não vai viajar”.
Servindo-se dessa história, pessoal ou ficcionada, o Sheik Abdul Carimo afirmou que: “Esses que andam a falar mal de mim, chamam-me ladrão de votos e até pedem que eu devia ir preso, são esses cães e a que eu não vou dar atenção e parar para lhes atirar pedras (...). Vou continuar a fazer o meu trabalho”.
Acontece que o trabalho apresentado por Abdul Carimo Nordine Sau de certa forma corrobora os seus críticos pois são conhecidos problemas que mancharam as Eleições Autárquicas de 2013 e Gerais de 2014 sempre beneficiando ao partido Frelimo.
Ora a indicação do Sheik para a Comissão Nacional de Eleições em 2013 foi um autentico “golpe de estado” à Sociedade Civil que então se havia mobilizado para escrutinar os pleitos eleitorais. Abdul Carimo Nordine Sau passou de líder do processo público e transparente de escolha dos membros da Sociedade Civil que iriam ser indicados para os órgãos eleitorais a candidato único indicado por pelo líder de uma das agremiações envolvidas no concurso.
A candidatura do Sheik foi tramitada sorrateiramente por Brazão Mazula, que fazendo uso do Centro de Estudos de Democracia e Desenvolvimento, do qual era membro, ignorando uma lista de individualidades aprovadas por unanimidade pela Sociedade Civil reunida no Observatório Eleitoral.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique

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