sábado, 21 de março de 2020

Brasil regista 11 mortos e 904 infetados e prevê colapso do sistema de saúde em abril

O Brasil tem 11 mortos e 904 infetados pelo novo coronavírus, informou na sexta-feira o Ministério da Saúde brasileiro, no mesmo dia em que previu para abril o colapso do sistema de Saúde do país.
Do total de mortes, nove ocorreram em São Paulo, que tem ainda 396 casos do novo coronavírus confirmados. O estado do Rio de Janeiro tem dois mortos e 109 infetados. Os estados de Roraima e Maranhão continuam os únicos sem casos registados.
O ministro da Saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta, afirmou na sexta-feira, em conferência de imprensa, que o sistema de saúde brasileiro deve entrar em colapso em abril, explicando que o termo se refere a uma situação onde não é possível conseguir atendimento médico para todos os casos.
“Claramente no final de abril o nosso sistema entra em colapso. O que é um colapso? Às vezes as pessoas confundem colapso com sistemas caóticos, com sistemas críticos, aonde vê aquelas cenas de pessoas nas macas”, indicou o ministro.
O governante precisou que o colapso é quando alguém “pode ter o dinheiro, (…) pode ter o plano de saúde, pode ter a ordem judicial, mas simplesmente” não há um sistema para entrar.
“É o que está a vivenciar a Itália, um dos países de primeiro mundo que, atualmente, não tem onde entrar”, explicou.
A estimativa do Ministério da Saúde é que haja um crescimento dos casos do Covid-19 nos próximos 10 dias, com uma subida mais aguda em abril, permanecendo alta em maio e junho.
A partir de Julho, o Governo espera o início da desaceleração e, em Agosto, um movimento de queda.
O Ministério da Saúde declarou que todo o território nacional está sob o estatuto de transmissão comunitária do novo coronavírus, que é quando há uma maior difusão do vírus e as autoridades de saúde já não conseguem identificar a trajetória de infeção.
O estatuto foi publicado em portaria na noite desta sexta-feira.
Antes de ser publicada, o ministro da Saúde argumentou que a medida seria necessária para impedir decisões descentralizadas por parte de governadores.
Na conferência de imprensa, acompanhado do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, o ministro da Saúde reiterou a importância da redução de circulação dos cidadãos e iniciativas de isolamento.
Após ter sido bastante criticado pela sua postura em relação à pandemia do novo coronavírus, tendo chegado a afirmar que se tratava de “histeria e fantasia” divulgada pela imprensa, Jair Bolsonaro voltou na sexta-feira a subestimar o vírus, afirmando que não será “derrubado” pela covid-19.
“Depois da facada [que sofreu em 2018, num ato de campanha], não vai ser uma gripezinha que me vai derrubar”, disse Bolsonaro aos jornalistas, após ser questionado o motivo de não apresentar os exames que comprovam que testou negativo para o novo coronavírus.
Jair Bolsonaro e vários membros do Governo brasileiro, que viajaram no início do mês para os Estados Unidos, foram submetidos a exames ao novo coronavírus, depois de a análise do secretário especial de comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, ter sido positiva.
Segundo a imprensa local, já são 22 as pessoas que integraram a comitiva governamental na viagem aos EUA que contraíram a covid-19, entre elas dois ministros.
“Eu sou uma pessoa especial pela função que eu ocupo, obviamente. Mas fiz os dois exames, a minha família fez também, e deram negativo. Se o médico da Presidência ou até o ministro da Saúde achar que eu devo fazer algum novo, sem problema nenhum. Várias pessoas do meu lado deram positivo”, disse Bolsonaro, evitando responder se mostraria publicamente os resultados.
Lusa
Foto interior: Metro Jornal

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