sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Caso Dieselgate. Volkswagen não vai indemnizar os consumidores portugueses.

 Depois de já ter compensado clientes nos Estados Unidos, Austrália e Alemanha, o construtor automóvel alemão deixa outros consumidores europeus sem resposta.

Cinco anos após o caso dieselgate, a Volkswagen (VW) respondeu à DECO PROTESTE sobre as indeminizações aos consumidores europeus, entre os quais se encontram 125 mil portugueses lesados.

Na carta enviada, e que a Renascença teve acesso, a VW revela que não irá indemnizar mais consumidores, tendo em vista os “processos judiciais em curso, alegando que nenhum cliente terá ficado prejudicado em termos de segurança, capacidade do veículo e/ou preço na revenda”.

Em Portugal, 125 mil pessoas ficaram lesadas e continuam sem indemnizações, contrastando com os Estados Unidos, Austrália e Alemanha, onde os clientes já foram compensados.

Em comunicado, a DECO PROTESTE “alerta para a desigualdade no tratamento de situações semelhantes e num mercado (europeu) que se quer único”.

A DECO PROTESTE continua a lamentar a falta de respostas e a desigualdade sublinhada pela VW, assumindo que “é hora de compensar todos os consumidores europeus e não só os alemães”, realçando ainda que em face desta posição autoritária e discriminatória não vão desistir e que “as ações judiciais que correm nos demais países europeus - com destaque para Portugal, Espanha, Bélgica e Itália (do grupo Euroconsumers) – continuarão até todos os consumidores serem compensados de forma justa pelo engano de que foram vítimas.”

A 19 de setembro de 2015, a Volkswagen foi acusada de ter instalado ilegalmente um software nos seus veículos para reduzir artificialmente as emissões de monóxido de azoto durante os testes de emissões. O grupo alemão assumiu a sua responsabilidade, sucederam-se demissões, mas agora recusa-se a compensar todos os clientes abrangidos pelo caso dieselgate.

No total, foram afetados 11 milhões de veículos do grupo Volkswagen, sendo que oito milhões se encontram na Europa.

Fátima Casanova / RR

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