O projeto é da autoria do arquiteto Eduardo Souto Moura, sendo que será constituído por uma balsa de água ligada a uma fonte, simbolizando a vida e o nascimento.

"A água como purificação é um elemento transversal em todas as culturas e religiões", afirmou na altura o arquiteto, salientando que a balsa de água desenhada tem a "dupla função de evocar o renascimento, que pensamos que vai acontecer e, se houver outro incêndio, os bombeiros têm onde ir buscar água".

De acordo com a edição do Diário de Notícias (DN) de sexta-feira, o arquiteto voltou a não dar mais explicações quanto ao monumento: "No lugar que ardeu é preciso encontrar água, água de reserva, para futuros incêndios. A poesia pode vir a seguir", frisou.

Todavia, o projeto não está a ser recebido de igual forma pela população, uma vez que alguns consideram o valor exagerado — considerando o que ainda é preciso fazer na região, quase quatro anos depois dos fogos — e outros referem que a memória e homenagem é necessária.

Ao DN, a atual presidente da Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, Dina Duarte, referiu que o arquiteto "aceitou fazer o projeto pro bono" e que o projeto foi "aprovado pelos familiares das vítimas, em assembleia geral".

A empreitada, cujo anúncio de concurso público foi publicado em Diário da República a 10 de fevereiro, prevê "a construção do memorial, os acessos rodoviários, que inclui uma zona de inversão de marcha para circulação proveniente de sul e renovação da paisagem marginal da EN [estrada nacional] 236-1", afirmou fonte oficial da IP, em resposta a perguntas da agência Lusa.

Ao longo de cerca de dois quilómetros daquela estrada nacional onde morreram muitas das vítimas do incêndio de Pedrógão Grande vão ser ainda "plantadas um conjunto de diferentes espécies arbóreas autóctones".

Lusa