sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Acordo para cessar-fogo na Síria

Paragem das hostilidades dentro de uma semana, anunciou John Kerry. Russos dizem que vão continuar bombardeamentos ao Estado Islâmico.
Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, e John Kerry, secretário de Estado norte-americano CHRISTOF STACHE/AFP
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, anunciou na madrugada desta sexta-feira que a comunidade internacional, Rússia incluída, chegou a um acordo “ambicioso” para um cessar-fogo na Síria dentro uma semana.
A declaração de Kerry foi feita numa conferência de imprensa ao lado do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, após um encontro em Munique, na Alemanha, do Grupo Internacional de Apoio à Síria.
“Acordámos uma cessação das hostilidades em todo o país no prazo de uma semana”, disse John Kerry. O acesso à ajuda humanitária vai ser alargado a uma série de cidades.
O cessar-fogo dentro de uma semana acaba por ser uma solução de compromisso entre os norte-americanos, que desejavam que as hostilidades cessassem imediatamente, e os russos, que pretendiam uma trégua dentro de três semanas.
Este anúncio surge numa altura em que as forças do regime de Bashar Al-Assad, com a ajuda da Rússia, estão a fechar um cerco a Alepo, a maior e mais estratégica cidade da Síria.
"O que temos aqui são palavras no papel. O que precisamos nos próximos dias é de ver acções no terreno", acrescentou o secretário de Estado norte-americano.
O acordo de cessar-fogo não se aplica aos bombardeamentos ao autoproclamado Estado Islâmico e à frente Al-Nusra (o braço sírio da Al-Qaeda). "A nossa força aérea vai continuar a trabalgar contra estas organizações", afirmou Serguei Lavrov. Os Estados Unidos e os aliados europeus dizem que poucos bombardeamentos russos atingiram estes grupos, com a maioria deles a serem destinados a grupos rebeldes moderados que procuram destronar o Governo de Bashar al-Assad, nota a Reuters.
As negociações entre sírios devem entretanto “recomeçar assim que possível”, acrescentou Kerry.
Também na madrugada desta sexta-feira, o director da CIA, John Brennan, afirmou que grupo extremista Estado Islâmico já utilizou várias vezes armas químicas no campo de batalha e consegue fabricar pequenas quantidades de cloro e gás mostarda.
“Houve um certo número de vezes em que o grupo extremista Estado Islâmico utilizou armas químicas no campo de batalha” e a “CIA acha que o grupo tem capacidade de fabricar pequenas quantidades de cloro e gás mostarda”, afirmou em entrevista à estação televisiva CBS.
A guerra na Síria já fez pelo menos 470.000 mortos e quase dois milhões de feridos, segundo o relatório de um instituto sírio publicado esta quinta-feira.

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