domingo, 13 de agosto de 2017

Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima

Plinio Corrêa de Oliveira

Oposição maravilhosa entre misericórdia e grandeza real

Nossa Senhora de Fátima
Essa imagem, considerada do ponto do vista artístico, é do estilo dito sulpiciano, mas tem muitíssimo mais expressão do que as imagens sulpicianas comuns. Essa expressão se nota pela coerência de seu conjunto.

Sua face está um pouco voltada para frente, mas não inteiramente ereta. Num gesto muito delicado, está como quem atende e olha alguém a seus pés. Olhar voltado para baixo com muita solicitude, preocupação e delicadeza de sentimentos em ouvir a prece que lhe está sendo feita. Mas com tanta vontade de atender, que se diria que a imagem está deitando ouvidos a quem está rezando e, mais do que com os olhos abertos, está com o coração aberto para receber os pedidos.
Ao mesmo tempo em que a imagem olha para a terra, ela reza para o Céu. Suas mãos estão postas em oração num gesto muito suave, expressando uma súplica confiante. Esse gesto desperta a ideia de oração, mas também um pouco, a ideia de aflição. A aflição e a oração estão conjugadas em algo triste. Apesar de parecer sorrir para a pessoa que ela atende, tem uma atitude de profunda tristeza.
Dir-se-ia “uma imagem virginal”, devido à manifestação de uma candura, suavidade, ternura e pureza de uma virgem absolutamente imaculada.
A coroa é de uma Rainha, mas, tirando-a, estaria perfeitamente bem. Representa Nossa Senhora coroada como Rainha, porém, com a simplicidade da mais amena das pessoas — oposição maravilhosa entre misericórdia e grandeza real.
A imagem comove. Tenho a impressão de que seu olhar me penetra profundamente e que ela opera em mim transmitindo uma paz tristonha, mas tranquila, decidida e varonil, que me incentiva à dedicação e à luta.

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Estes comentários, sem revisão do autor, foram extraídos de conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 27 de abril de 1973. Eles se referem à Imagem Peregrina internacional de Nossa Senhora de Fátima, que verteu lágrimas 14 vezes, em julho de 1972, na cidade americana de Nova Orleans.

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