O ministro dos Negócios Estrangeiros declarou que o incêndio na embaixada em Estocolmo foi um "gesto criminoso" de fogo posto por um "homem desconhecido", mas afastou a hipótese de ato terrorista.
"Tudo leva a crer que terá sido um ato isolado, de uma pessoa que estava perturbada e que se encontra em fuga. Exigiu falar com o responsável da secção consular, um pedido que foi satisfeito, mas que antes mesmo da conversa que tinha exigido teve este gesto criminoso, de provocar um incêndio, fugindo ao mesmo tempo", disse o ministro Augusto Santos Silva, numa conferência de imprensa ao lado do secretário-geral da Liga Árabe, em Lisboa.
Questionado sobre a forma como o governo português está a encarar o caso de fogo posto, o ministro disse que se tratou de "um incidente".
"Neste momento, todas as informações que temos apontam para a pista de uma pessoa que se encontrava perturbada, portanto um ato tresloucado, de uma pessoa cujo móbil ainda não conhecemos", disse o chefe da diplomacia portuguesa.
"Com a informação que temos, não há nenhuma indicação que seja incidente de natureza terrorista, parece ser um caso isolado de uma pessoa que está perturbada e não sabemos por que é que decidiu canalizar a sua perturbação para a secção consular da embaixada portuguesa em Estocolmo", referiu.
Santos Silva classificou o ato de fogo posto como "um incidente grave", salientando que terá começado por volta das 11h50 locais (10h15 em Lisboa).
"Tanto pelo que conseguimos reconstituir do que aconteceu terá sido um homem de grande envergadura que, aparentando estar muito perturbado e expressando-se em espanhol, penetrou na sala de secção consular em Estocolmo, exigindo ser recebido pelo responsável da secção consular", relatou o ministro.
O homem, que também falou em inglês durante o tempo em que esteve na embaixada, disse "frases muito inconsequentes, sobre alegados problemas de tráfico de seres humanos em Portugal".
"O responsável foi chamado e antes que pudesse chegar o homem, que aparentou estar sempre muito perturbado, abandonou a sala. Uma das pessoas presentes reparou que ele tinha atirado não sabemos se um objeto, um líquido inflamável ou qualquer outro objeto, que fez deflagrar um incêndio nas instalações da embaixada", disse Santos Silva.
O ministro disse que "não estava ninguém a ser atendido nessa altura", pelo que o Ministério dos Negócios Estrangeiros não tem registo de feridos entre o pessoal da embaixada ou pessoas que estivessem a ser atendidas.
"Ainda não temos informações seguras sobre se há feridos, quantos e com que gravidade. As informações que recebi dos nossos funcionários é que poderá haver problemas com duas ou mais pessoas, mas por inalação de fumo, sem gravidade", ressalvou Santos Silva.
TSF/Lusa
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