sábado, 5 de março de 2016

Maria Luís: não é falta de senso, é de consciência

Para ser sincero, não me importa tanto se o facto de Maria Luís aceitar um emprego na Arrow Global é, ou não legal. Alguém se encarregará de verificar esse aspeto. O que me preocupa deveras é sermos (termos sido e, provavelmente, continuarmos a ser) governados por pessoas que não têm a mínima noção de ética. Nem de respeito pelos governados.

Já me irritei suficientemente com casos idênticos e menos graves, incluindo com amigos e pessoas que ainda hoje considero, para gastar demasiado latim com Maria Luís Albuquerque. Se ela fosse inteligente (e não me refiro a ser esperta) não aceitava. E não aceitava nem que os 13 juízes do Tribunal Constitucional e as dezenas de Conselheiros do Supremo lhe dissessem que era legal. Não aceitava porque o que fez não é decente e porque – como toda a gente decente sabe – nem tudo o que é legal é estimável.
Maria Luís era relativamente descurriculada do ponto de vista político até ser secretária de Estado de Gaspar. Depois disso, e apesar do modo como subiu a ministra, com a oposição e birra irrevogável de Portas, fez o seu lugar. Chegou a falar-se dela para líder do PSD. E ela manteve-se em silêncio quando podia dizer que nada queria com a política partidária. Depois, aceitou ser deputada e agora suicida-se politicamente e arrasta com ela uma imagem; o benefício da dúvida que lhe podia ser dado. Não hesito, não é só falta de senso, como referiu Manuela Ferreira Leite. É falta de inteligência.
04.03.2016 às 18h00

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