sexta-feira, 9 de março de 2018

À Lupa | Afinal o dador de sangue não é dono da sua vontade



Com alguma frequência temos constatado que o dador de sangue não é tão soberano como o fazem crer alguns funcionários do Centro de Sangue de Coimbra (CSTC).

No Posto Fixo da ADASCA comparecem dadores oriundos da mais diversas localidades da região de Aveiro que no decorrer da inscrição, informam o administrativo que pretendem futuramente receber os SMS com a indicação daquele local para efectuarem a sua dádiva. Alguns até fundamentam o seu pedido, alegando que não gostam de se deslocar a determinado sitio e preferem vir à Sede da ADASCA.

O administrativo do CSTC de forma taxativa diz-lhes: não posso fazer essa alteração, não estou autorizado, deve ligar para Coimbra. Com um procedimento destes, a vontade soberana do dador é estrangulada, o que provoca algum desconforto, motivando por vezes a uma troca de argumentos menos simpáticos.

Estas artimanhas e malabarismos dizem-nos tudo o que não ouvimos nem observamos. Quando dizemos que doar sangue é para o mesmo (doente), não dizemos que é tudo o mesmo, porque entre o trigo e o joio há uma grande diferença, é que o joio invade o espaço do trigo sorrateiramente, porque o seu terreno é mais apetitoso, tem mais nutrientes. Assim vamos vivendo…

Ensina o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira  As muitas crises que abalam o mundo hodierno — do Estado, da família, da economia, da cultura, etc. — não constituem senão múltiplos aspectos de uma só crise fundamental, que tem como campo de ação o próprio homem. Em outros termos, essas crises têm sua raiz nos problemas de alma mais profundos, de onde se estendem para todos os aspectos da personalidade do homem contemporâneo e todas as suas atividades” .

Sim, a crise é do homem. O homem em crise, diz o bom senso, contamina a sociedade, corrói as instituições, produz catástrofes na relações humanas.

Outras questões podiam ser aqui colocadas, aliás, não menos pertinentes. Vivemos numa sociedade em que faz de conta que está tudo bem, de aparências, onde a incompetência e a impunidade passaram a ser premiadas.

J. Carlos
Director

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