David Dinis, Director
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Bom dia! É sexta-feira,
o dia começou assim:
O juiz deu ordem de prisão a Lula da Silva. Sergio Moro deu-lhe até às 17h locais de hoje (21h em Lisboa) para se entregar à Polícia Federal de Curitiba, mas deu ao ex-Presidente alguns privilégios de Estado na prisão, como conta a Liliana Borges. Lula já veio dizer que ainda não decidiu se o fará. O certo é que a defesa pode ainda usar outros recursos para evitar o cumprimento integral da pena de 12 anos. E Lula, apesar de tudo, não está impedido de se candidatar à Presidência (sim, a sério).
A ex-Presidente da Coreia do Sul foi condenada a 24 anos de prisão. O tribunal deu Park Geun-hye como culpada por corrupção, abuso de poder e coerção.
Trump escalou ainda mais a guerra comercial com a China. Serão 100 mil milhões de dólares em novas tarifas, disse ele, queixando-se que a retaliação da China contra a sua política foi "injusta". Mas houve outro tema a entreter o Presidente...
O tribunal alemão deixou Puigdemont em liberdade - e abriu um problema diplomático com a Espanha. Juízes consideram "inadmissível" o mais grave dos crimes de que é acusado, o delito de rebelião, impondo um duro revés à estratégia da Justiça. A extradição, porém, ainda pode acontecer por outros delitos de que é acusado.
O Sporting ficou a meio passo da eliminação. Começou a perder, com um golo sofrido aos 20 segundos; acabou a falhar uma oportunidade de baliza aberta. É como diz o Paulo Curado: com erros como estes não há Jesus que valha ao Sporting. E, já agora, com presidentes destes também não é fácil.
O que marca o dia
Foi o Governo que encaminhou os chineses para o Montepio. A garantia foi dada por Tomás Correia, numa reunião do conselho geral da Mutualista. E ficou registada em acta - embora a acta não tenha sido distribuída por todos os administradores. A revelação é da Cristina Ferreira.
A PJ suspeita de "suspeita de manipulação" no Montepio. Em causa, diz oJornal Económico, estão operações com unidades de participação do banco até saída de bolsa. A Judiciária quer, agora, saber se banco vale o valor registado.
Ainda no sector privado, ontem Mexia foi reeleito na EDP com muitos votos e dividendos. E agora terá Luís Amado ao lado, com a missão de melhorar a relação com o Governo, diz o Negócios de hoje.
Nem mais 4,2 milhões apagam a contestação na Cultura. E o protesto chega hoje, em vários distritos do país, com o apoio da oposição, da esquerda que apoia o Governo - e até de dentro do PS. Aliás, a crítica é tão ampla que junta o ex-ministro Carrilho (PS) e o ex-secretário de Estado Barreto Xavier (PSD), em dois artigos que escreveram para o PÚBLICO. Para já, com os 2,2 milhões agora anunciados por António Costa, pelo menos estes três ficaram a salvo, conta a Inês Nadais. Mas já estes três repescados da DGArtes não respiram de alívio.
Centeno deu os números, mas não deu as medidas à esquerda. O ministro das Finanças reuniu-se com BE, PCP e Verdes, para lhes apresentar as linhas gerais do programa de estabilidade. Mas não lhes disse que medidas estarão previstas lá para o próximo Orçamento. A esquerda criticou os números e dispensou o resto,conta a Maria Lopes. O ECO conta que os números, os do défice, estão cada vez mais perto do zero.
... mas ontem deu 210 milhões para os transportes de Lisboa. Metro de Lisboa e Softlusa vão, finalmente, ter um investimento para melhorar o serviço. Foi mesmo a tempo de uma audição do ministro do Ambiente na AR.
... e está a preparar uma lei para os bairros precários: um novo regime extraordinário deve garantir a distribuição de electricidade onde ela nunca entrou.
No registo das más notícias, Costa ontem deu um dado preocupante para o combate aos fogos: a nova lei da Protecção Civil só estará pronta em cima da época de incêndios - com dois meses de atraso. E o reforço de meios aéreos continua lá longe, no horizonte.
Agora esta: o bastonário dos médicos resolveu 'oferecer-se' um salário. E por acaso é maior do que o do primeiro-ministro. Falando com a Alexandra, ele diz que não sabia. Mas os médicos ainda terão uma palavra a dizer.
E, já agora, esta: Juízes recusam dar rendimentos no Constitucional. O novo presidente da Associação sindical dos Juízes Portugueses põe uma linha vermelha nas novas regras de transparência que os deputados estão a preparar, conta o Negócios.
Para fechar, um alerta para todos: nem tempo, nem motivação - os portugueses estão a fazer menos exercício.
Histórias com gente dentro
1. Para Carla, Maria e Rafael, a crise começou agora. Numa semana com várias notícias sobre despejos na área da grande Lisboa, a Ana Dias Cordeiro e o Daniel Rocha (fotos) estiveram em reportagem no centro histórico de Lisboa, onde muitos moradores estão a ser pressionados a deixarem as suas casas. De tal modo que até a Junta de Freguesia teve que montar uma pôr uma equipa de advogados para lhes dar apoio. A história deles começa assim: "Viver no coração de Alfama é o mesmo que estar sozinho no mundo – pelo menos para Rafael Moreno, com quase 80 anos. A tristeza pesa nas pálpebras dos seus grandes olhos claros e o seu olhar é mais arrastado que o seu andar. Falar custa-lhe: não pelo cansaço; pelo que tem para dizer."
2. A revolução no arrendamento também apanha os mais novos. A Cristiana Faria Moreira mostra-nos um caso muito particular: "Alberga 15 estudantes. O senhorio não vai renovar o contrato". Vamos pelo título? “É dar e receber”. É assim há 70 anos numa república que está à beira de ficar sem casa.
3. Gémeos: Francisco só quer colo e Miguel quer dormir sozinho. Vá, vamos falar de uma história bonita. Um grupo de investigadores do Instituto de Saúde Pública e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto tem um plano: reunir um grupo de 450 gémeos (e outros tantos não gémeos) até ao fim do ano - e depois acompanhá-los até à idade adulta. A ideia, conta a Andrea Cunha Freitas, é desafiante: avaliar o peso da genética e do ambiente no desenvolvimento e saúde de um ser humano. Então vamos lá a conhecê-los: "Um é loiro, o outro é moreno...".
A agenda de hoje
É o dia de todos os protestos na cultura, contra os (curtos) apoios às artes determinados pelo Governo. Vão decorrer ao mesmo tempo que o ministro da Cultura se explica aos deputados sobre a polémica.
Também no Parlamento, os deputados votam os projectos sobre a mudança de sexo aos 16 anos, para já na subcomissão para a igualdade (permitindo aferir se haverá consenso suficiente ou não para, depois, ser aprovado em versão final). O ministro da Saúde vai mostrar mais um estudo sobre a evolução do sistema de saúde. Isto enquanto Mário Centeno vai à concertação social para falar sobre o próximo programa de estabilidade. Já Rui Rio falará sobre o pós-crise, a convite da FLAD.
Eu despeço-me por aqui, com uma música de fundo vinda da capa do ípsilon: vai um ás de Paus?
Um bom dia de trabalho, óptimo fim-de-semana!
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