O presidente da Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL) considera positivo o contributo que o IFFRU 2020 – Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbana vem dar ao nível da regeneração dos centros urbanos algarvios.
Para além de “tornar mais atractivas as nossas cidades” também deverá ser um agente impulsionador da “recuperação de sectores económicos como a construção, o comércio, a restauração e a hotelaria”.
Álvaro Viegas defende, no entanto, que, complementarmente a este mecanismo, seja criado uma outra linha de crédito especificamente direccionada para a reabilitação do parque comercial das cidades. Se isso não acontecer, muitos edifícios das zonas mais nobres das cidades são recuperados, mas, ao lado, têm estabelecimentos comerciais algo degradados por falta de capacidade económica dos seus proprietários para fazerem obras.
Falando este Sábado, no decorrer das Jornadas ”Economia do Barlavento em Debate”, promovidas pela AlgFuturo, este dirigente associativo acrescentou que a conjugação destas duas medidas só fará sentido “se acompanhada por uma política coerente em relação à aprovação de mais espaços comerciais de grande formato, por norma situados fora dos centros urbanos e que potenciam, justamente, a desertificação das zonas históricas”.
A este nível, lembrou um estudo feito em 2017 pela consultora Cushman & Wakefield, em que se concluía que, ao nível de grandes superfícies, estarmos perante um mercado maduro e completo, sem margem de crescimento.
Ainda antes da construção do Mar Shopping Algarve e do Évora Shopping, referiu Álvaro Viegas, “Portugal tinha três milhões de metros quadrados de centros comerciais”. Isso significa que por cada mil habitantes havia 267,8 metros quadrados de centros comerciais, por exemplo, ao de Espanha, que é de 234 m2.
No entanto, lamenta, não é por esse caminho que se está a ir, continuando-se a dar luz verde à abertura de mais grandes superfícies, tendo, recentemente, sido noticiada “a intenção de viabilizar mais um espaço com essas características, agora em Alcantarilha”.
Outro tema abordado por Álvaro Viegas foi o da decisão da esmagadora maioria dos presidentes de Câmara da região de lançarem a taxa turística. O presidente da ACRAL mostra-se contrário a esta intenção, pois ela “vai onerar a estadia de quem nos visita, diminuindo a competitividade do destino ou, em alternativa, vai penalizar o sector hoteleiro da região”.
Contudo, se a taxa turística sempre avançar, defende que uma parte das receitas “deverá servir para apoiar o comércio, permitindo a viabilização financeira das acções e iniciativas necessárias para a revitalização das baixas comerciais”.
Fonte: O Algarve Económico
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