E se as plantas sentissem dor e agradecessem quando as regamos?
Um grupo de alunos do 6º ano da Escola Básica de Mira fez uma descoberta incrível ao nível da biologia. Já era conhecido, há algum tempo, que as plantas podiam ser influenciadas por estímulos externos como a música, o toque e as vibrações da mastigação de um herbívoro, ou seja, características aparentemente exclusivas de organismos com sistema nervoso.
Porém, esta equipa de jovens investigadores, com sensores elétricos de última geração, conseguiu demonstrar que as plantas podem emitir um padrão específico de sinais elétricos de acordo com cada estímulo diferente. “É como se quisessem comunicar os seus sentimentos através de uma espécie de telégrafo”, declarou um dos alunos.
No âmbito de um projeto de investigação premiado pela Fundação Ilídio Pinho e com dezenas de experiências bem controladas, os alunos descobriram, por exemplo, que as plantas sentem dor quando são queimadas ou picadas. Ficam agradecidas ao receberem água quando estão com sede. Também descobriram que reagem de forma diferente ao frio e ao calor ou se as folhas são cortadas ou acariciadas.
Ao contrário do que se conhecia até agora na reação das plantas a vários estímulos através de sinais elétricos apenas com uma variação da diferença de potencial, agora esta jovem equipa de investigação, e graças à nova tecnologia que utilizaram nas experiências, conseguiu concluir que para cada estímulo, a planta reage com um padrão diferente de ondas elétricas, com frequência e períodos específicos. Na realidade, esta nova tecnologia permite captar parâmetros ainda não estudados até agora dos sinais elétricos. Isto permite que estes sinais possam ser transformados numa espécie de linguagem da planta.
O mais surpreendente, é o forte e completo sinal elétrico detetado quando os sensores são colocados na raiz - É como se o cérebro da planta se encontrasse na raiz. De facto, tudo parece indicar que o centro de processamento de informação seja na raiz, uma hipótese não sustentada e já sugerida por outros cientistas, mas ainda sem estes novos dados relevantes.
É verdade que estes estudos podem estar ainda no início, mas já nos fazem sonhar que um dia possamos compreender melhor as plantas e até, quem sabe, conversar com estes seres vivos que não param de nos fascinar. Talvez um dia possamos mesmo construir um descodificador e saber o que as plantas nos querem comunicar ou expressar a cada momento.
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