segunda-feira, 16 de março de 2020

Não há “evidência” científica de que ibuprofeno agrave infeção por Covid-19

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O boato andou a circular pelas redes sociais, depois de, no sábado, o ministro francês da Saúde ter desaconselhado este medicamento para pessoas infetadas. O Infarmed vem agora desmenti-lo.
O Infarmed negou, num comunicado enviado às redações, a ligação entre a toma de ibuprofeno e o agravamento da infeção pelo novo coronavírus. O boato andou a circular pelas redes sociais, depois de, no sábado, o ministro francês da Saúde ter desaconselhado este medicamento para pessoas infetadas com Covid-19.
"Tomar medicamentos anti-inflamatórios (ibuprofeno, cortisona e outros) pode agravar a infeção. Em caso de febre, tome paracetamol." As palavras do ministro Olivier Véran foram registadas na sua conta na rede social Twitter.
Na sequência destes comentários, a diretora-geral da Saúde disse este domingo que o Infarmed divulgaria uma nota com o desmentido de que nem o Brufen nem outros medicamentos potenciam o vírus. "Estivemos agora reunidos com o presidente do Infarmefd e vai ser feito um desmentido formal a nível europeu, inclusive. Porque, de facto, nem do Brufen nem de quaisquer outros medicamentos existe qualquer prova ou evidência que potenciem a ação do vírus", assegurou Graça Freitas, caracterizando o comentário como um "falso alarme".
A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde escreve que "não existem, atualmente, dados científicos que confirmem um possível agravamento da infeção por Covid-19 com a administração de ibuprofeno" ou mesmo de "outros anti-inflamatórios não esteroides".
Não há motivo para os doentes que se encontrem em tratamento com estes medicamentos o interrompam, acrescenta o Infarmed.
Apesar de admitir ser "extremamente complexo determinar esta relação", já que o ibuprofeno é administrado no arranque dos sintomas de infeção, o Infarmed assegura que a "possível relação entre a exacerbação das infeções e a toma de ibuprofeno está a ser avaliada na União Europeia no Comité de Avaliação de Risco de Farmacovigilância da Agência Europeia do Medicamento".
A conclusão deste estudo é remetida para maio de 2020 pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.
Quanto aos medicamentos recomendados, o paracetamol segue à frente na lista. "O tratamento sintomático da febre deve ser realizado através do uso de paracetamol como primeira alternativa. No entanto, também não há evidências para contraindicar o uso de ibuprofeno."
Catarina Maldonado Vasconcelos / TSF

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