Hoje (11-3-2022) tropas russas bombardearam zonas residenciais em Dnipró, no Oeste da Ucrânia
- Plinio Maria Solimeo
Estas terríveis palavras foram pronunciadas nada menos que pela jornalista russa Maria Baronova [foto abaixo], editora em chefe de Russia Today (mais conhecida como RT) depois de renunciar ao seu alto cargo ao condenar o sangrento ataque desfechado por tropas russas à sua vizinha Ucrânia. Russia Today é um dos meios estatais a serviço de Putin obrigada, como toda a mídia sob seu controle, a não chamar à criminosa invasão por seu nome, mas usando para isso o eufemismo “operação militar especial”.
Em chamada por WhatsApp desde Moscou, a jornalista explicou por que renunciou a seu cobiçado cargo: “Não renunciaria, e não perderia meu salário e meu trabalho, se tivesse a segurança de que vamos estar vivos por muitos anos; não sei realmente o que vai passar conosco”, afirmou referindo-se à possibilidade de uma guerra nuclear.
Baronova acrescenta que a atual “é uma situação muito perigosa” para seu país e para o mundo. Como trabalhava já há tempos visando os interesses do governo russo, afirma que conhece muito bem os dirigentes russos: “Eles nunca enviam ameaças [em vão], simplesmente matam. Há um silêncio estranho a meu redor, mas creio que estamos a borde de uma guerra nuclear neste momento. Não estou exagerando”.
Pois, conhecendo bem a Putin, o mundo teme que ele, num acesso de loucura, faça uso de armas nucleares. O que para Baronova converteria a Rússia em alvo de um ataque catastrófico por parte do Ocidente. Ela sabe que, se sai uma ordem do Kremlin desta magnitude, receberá uma resposta das mesmas proporções. “Suspeito que o mundo ocidental responderá da mesma forma”, afirma.
A situação pessoal de Maria Baronova é complicada por causa de sua condenação da atitude do governo russo. Pois ela não pode sair da Rússia: “Tenho um filho, e não posso ir porque seu pai não me permite ir-me com ele [com o filho]. Assim, prefiro ficar em Moscou. […] Parece-me que estamos na Coréia do Norte ou vamos ser assassinados por um fungo termonuclear”.
A jornalista não se preocupa em engrossar a lista dos detidos. Pois a repressão na Rússia não é só nas ruas. Putin também decidiu encarcerar todos que contradigam seu discurso. Esse presidente tornado ditador assinou na semana passada uma lei, aprovada por ambas câmaras do Parlamento a ele submissas, que criminaliza a difusão de “notícias falsas” com relação ao exército russo, com pena de prisão de 10 a 15 anos. E para quem busque desprestigiar as tropas sob seu comando, de cinco anos.
Esse é o presidente “conservador” que tantos incautos da direita em todo o mundo enaltecem e mostram como modelo…
ABIM
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Fonte: https://panampost.com/jose-gregorio-martinez/2022/03/08/al-borde-de-una-guerra-nuclear/
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