sexta-feira, 8 de julho de 2016

Arcebispo obrigado a despedir-se por escândalo de pedofilia

Resignação foi aceite pelo Papa Francisco. Dom Aldo é acusado de esconder abusos sexuais cometidos pelos padres da sua diocese
O Vaticano anunciou esta quarta-feira que o Papa Francisco aceitou a resignação do arcebispo brasileiro Aldo Di Cillo Pagotto, da Arquidiocese da Paraíba, Brasil, acusado de encobrir casos de pedofilia cometidos por membros da sua diocese.
Dom Aldo foi obrigado a abdicar do seu posto segundo uma lei da igreja católica que diz que os arcebispos devem afastar-se se existirem "motivos fortes". Com 66 anos, o arcebispo "é acusado de ter abrigado padres e seminaristas acusados de abusar sexualmente de menores e expulsos por outros bispos"l, segundo o jornal brasileiro O Globo. Dom Aldo terá tentado ainda abafar os casos.
Na carta de renúncia apresentada ao Vaticano, Dom Aldo afirma que cometeu erros "por confiar demais, numa ingénua misericórdia". "Acolhi padres e seminaristas, no intuito de lhes oferecer novas chances na vida. Entre outros, alguns egressos, posteriormente suspeitos de cometer graves defecões, contrárias à idoneidade exigida no sagrado ministério", destaca.
Em circunstâncias normais, Dom Aldo seria arcebispo até aos 75 anos.
No comunicado publicado pelo Vaticano que afirma que o Papa Francisco "aceitou a demissão" do arcebispo de Paraíba, é citado o páragrafo 2º do artigo 401 do Código de Direito Canônico como justificação do afastamento forçado. Neste artigo está escrito que "o Bispo diocesano que por doença ou por outra causa grave se tiver tornado menos capacitado para cumprir seu ofício é vivamente solicitado a apresentar a renúncia do ofício".
As primeiras denúncias sobre Dom Aldo surgiram em 2013 mas as investigações apenas começaram no ano passado. O arcebispo de origem italiana foi proibido em 2015 de ordenar padres enquanto era investigado.
No mês passado, o Papa Francisco aprovou um decreto que diz que os arcebispos que tenham sido negligentes com casos de abusos sexuais devem ser investigados e afastados da posição se não se demitirem. Segundo a Reuters, o caso de Aldo Pagotto estava a ser estudado antes da saída deste decreto.
O Vaticano nomeou Genival Saraiva de França como Administrador Apostólico da Arquidiocese. Genival é o bispo emérito de Palmares, no estado de Pernambuco.

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