sexta-feira, 8 de julho de 2016

CGD: Os milhões de culpas de que todos se estão a desviar

Centeno acusa Governo de Passos. PSD desresponsabiliza-se de culpas.
© Global Imagens

Mário Centeno anunciou ontem, no Parlamento, que "há um desvio enormíssimo no plano de negócios que o Governo anterior geriu com a CGD, que atinge verbas superiores a 3 mil milhões de euros”. O ministro das Finanças culpou o anterior governo pela má gestão do banco público. As reações não se fizeram esperar com ninguém a querer assumir as culpas.

Foi Mário Centeno largou a bomba, criticando as “cambalhotas ideológicas” dos partidos que apoiavam o anterior governo e que atuavam “sem nada fazer”.

"Já todos percebemos também para debaixo de que tapete foi varrida a limpeza da dita saída", disse Centeno, garantido que o atual executivo quer agir de maneira diferente.

Do outro lado, ninguém ficou calado. Leitão Amaro acusou Centeno de estar a “aumentar a incerteza e a insegurança sobre a CGD” e de não informar “quais são as necessidades de financiamento da Caixa".

"Quando precisávamos que o Governo trouxesse confiança e transparência, o Governo veio, pela voz do ministro das Finanças, criar um facto que é falacioso e que deixa uma dúvida e uma incerteza que não faz sentido. Esta história de hoje [o desvio de 3.000 milhões de euros identificado no plano de negócios] não corresponde a um buraco na Caixa", disse, lembrando que "eventuais diferenças face a previsões de rentabilidade se devem à queda significativa da Euribor, que é muito boa para os portugueses que têm créditos à habitação, mas que esmaga a margem financeira dos bancos"

Da parte do CDS, Cecília Meireles acusou o ministro de "infelizmente fazer declarações que são muito incompletas e que agravam o verdadeiro vendaval de boatos em que este Governo envolveu a CGD".

Em dia de jogo da Seleção, até a equipa das Quinas serviu de desculpa para não falar no assunto. Passos Coelho, em visita a uma feira de artesanato em Cascais, recusou-se a comentar qualquer assunto que nada tivesse a ver com futebol.

Marcelo Rebelo de Sousa, que está ‘sempre em todas’, também foi desafiado a comentar, mas preferiu manter-se à margem de polémicas e não tirou partido de ninguém. "Toda a gente já tinha a noção que quando se falava numa reestruturação da Caixa e se falava numa recapitalização havia falta de capital", disse, recusando-se a apontar culpas a quem quer que fosse.

Agora, a preocupação será proceder à alteração da administração para poder recomeçar o processo de revitalização do banco. Centeno garante que um novo plano de negócios já está a ser pensado.

 Fonte:noticiasaominuto



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