quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Guerra à EDP. Licenciado por equivalência. Conflitos de interesses vigiados

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
dia! Aqui estão as notícias desta noite: 
Os democratas anunciaram um acordo com Trump para proteger os "DREAMers", jovens imigrantes que estão na América, deixando os republicanos partidos - os moderados elogiando o Presidente, os mais conservadores criticando-o violentamente (ver aqui, no NYT). Mas a Casa Branca não confirmou: disse ao Wall Street Journal que as conversas estão a correr bem, mas que ainda não há acordo.
Em tribunal, Lula rebateu acusações e lançou-se ao ataque. O antigo Presidente brasileiro esteve a depor sobre o processo em que é acusado de receber subornos da Odebrecht. Apontou o dedo ao ex-ministro que o denunciou e ao Ministério Público, questionando até a imparcialidade do juiz que o interrogava. Foi assim.
O FC Porto sofreu a dobrar no arranque da Champions. A equipa sofreu golos pela primeira vez nesta época e, com eles, também se estreou a perder. Nos outros jogos, anote a notícia de sempre: Ronaldo marcou dois e estava com vontade de mais.

No Público hoje

A manchete do dia fala de uma guerra política, entre Governo e a EDP, mas com uma vantagem para os consumidores: as famílias vão poupar 170 milhões em electricidade. Tudo começou com um despacho (como vai acabar ainda não sabemos).
Para ler a próxima é melhor sentar-se: o comandante da Protecção Civil fez 90% da licenciatura por equivalênciasA licenciatura é em... Protecção Civil. A Liliana Valente explica.
A talhe de foice vem esta outra notícia: 1000 organismos do Estado vão ser questionados sobre conflitos de interesses. O Conselho de Prevenção da Corrupção quer saber o que fazem as entidades públicas para prevenir casos como os das viagens pagas por privados. E as respostas chegam dentro de dois meses. Mas não espere muito delas, porque 40% das entidades públicas nem pensaram nestes problemas (conclui este pós-doutoramento). Vítor Caldeira, presidente do TC e deste Conselho, tem uma ideia para ajudar: um portal da transparência.
Quando falo de conflitos de interesses penso logo em Rui Moreira. Ontem, o autarca voltou a ter que falar sobre o caso Selminho, depois de uma notícia do PÚBLICO de que não gostou. E resolveu fazer o que os populistas fazem: mentir e omitir, fazendo da nossa jornalista um alvo. E lá tivemos nós que fazer uma nota da direcção.
Do Governo vem um elogio raro a Passos Coelho. Mas é gato escondido com rabo de fora: diz Pedro Marques que o consenso sobre obras públicas foi "bem construído", pelo que agora é tempo de o PSD devolver ao PS o que o PS lhe deu antes. Na entrevista ao PÚBLICO e Renascença fica ainda um recado à esquerda: "Pode ter-se criado a ideia de que há uma espécie de folga" - mas essa ideia é errada.
Ontem o executivo resolveu um problema na Educação: o prazo para os professores trocarem de escola foi alargado até ao fim de Setembro.
E agora o PS tem outro na mão para resolver: as indemnizações a vítimas dos incêndios chegam na próxima semana ou só em Outubro?
Já agora, uma notícia à atenção do ministro do Superior: um "manual" distribuído no Porto diz que os caloiros devem ser “incondicionalmente servis”. Não era mau olhar para o assunto, certo?

Paragem obrigatória

Vamos às leituras mais longas do dia:
1. O dia em que 100 mil soldados russos chegam à fronteira da NATO.Quando um Governo tem de esclarecer publicamente várias vezes que os exercícios militares que o Exército está a preparar não são o prelúdio de uma invasão, falar de simples desconfiança será uma subvalorização. Foi o que aconteceu nas semanas que antecederam as grandes manobras militares russas e bielorrussas que começam esta quinta-feira e duram até dia 20. No Leste europeu, há medo - e conspirações também, conta o João Ruela Ribeiro. Já a NATO mantém a calma, mas reforça a vigilância, acrescenta a Rita Siza.
2. "O Governo russo não sabe o que fazer com a herança da revolução de 1917". Em Moscovo, ninguém saberia que se assinala este ano o centenário da Revolução de Outubro, diz o académico Stephen Lovell. Em Lisboa, o professor de História do King’s College lança uma pergunta provocatória: “A revolução russa acabou?”. E acrescenta que o actual regime tem horror a revoluções  “é muito eficaz a negar o espaço público”. O Ruela teve uma bela conversa com ele.
3. Juncker quer unir em vez de dividir. Paris e Berlim dar-lhe-ão atenção? - pergunta a Teresa de Sousa, na análise ao discurso de ontem em Bruxelas. A resposta possível é esta: "No seu “sexto cenário”, nem tudo o que propõe terá um bom acolhimento. Mas chega para animar um debate que apenas está à espera das eleições alemãs". Leitura obrigatória aqui. Juntando o essencial das propostas de Juncker. E um elogio de Francisco Assis ao presidente da Comissão.
4. “Dizem por aí que ela não andava boa da cabeça”. Aqui entra a reportagem, da Ana Cristina Pereira e do Paulo Pimenta, que foram à Guarda tentar perceber um crime que, na verdade, nunca vamos conseguir perceber. Começa assim: "Era só o primeiro dia de aulas. Dentro da cabeça, a professora Rosa Malés ensaiava o que havia de dizer. Uma mãe telefonara-lhe a pedir que contasse à filha que Rafael fora morto, porventura pela mãe dele. Outras mães já tinham contado aos filhos, restava saber se bem, se mal".
5. "South Park" atira-se aos supremacistas brancos. Eu sei que já vai longo mas... não resisto, ainda há um texto da Joana Amaral Cardoso que tem que ler. É este: no episódio dos seus 20 anos, a série que tinha prometido largar o novo Presidente não pôde ignorar o país em que vive. Aviso: contém spoilers.

O dia à nossa frente

Começa com um Conselho de Ministros, sem agenda pública, mas que pode passar pela dúvida destes dias: como resolver a greve nacional dos enfermeiros, que já vai para o quarto dia. À tarde, o Governo apresenta os vencedores da 1.ª edição do Orçamento Participativo de Portugal, enquanto Marcelo vai a Malta, para um encontro com outros chefes de Estado da UE. Esta noite teremos o último debate entre candidatos a Lisboa, na RTP (eu lá irei para comentar no final). E é também noite de futebol: o Braga vai à Alemanha jogar contra o Hoffenheim, enquanto o Vitória recebe o Salzburgo (o jogo passa na SIC).
Hoje termino esta carta a falar de astros. Porque foi descoberto um exoplaneta que tem titânio no "céu" (há quem lhe chame Inferno ou, simplesmente, um “Júpiter Quente”, diz a Andrea). Porque a NASA divulgou 16 fotografias fascinantes na despedida de Cassini. E, por outro lado, porque não se fala de mais nada em Portugal do que da queda deste outro astro (com direito a banda sonora, neste caso). O Astro Tony diz que "está tudo resolvido", as fãs dizem que "é só invejosos". E nós, que somos jornalistas, só mostramos os originais. Cada um ouvirá e dirá se é um caso de Dupond e Dupont. Ou não.
Agora ponha um sorriso e avance para um dia feliz. Até amanhã!

Nenhum comentário:

Postar um comentário