A polícia francesa está à procura esta quinta-feira, 29 de março, de um condutor que, ao que tudo indica, tentou atropelar soldados que faziam jogging junto a uma base nos Alpes franceses.
"Uma pessoa tentou atropelar dois soldados por razões desconhecidas", avançou fonte próxima da investigação à Reuters. "Dado o contexto [o ataque recente em Trèbes], este incidente está a ser levado a sério, mas as motivações não são conhecidas"
A mesma informação foi entretanto confirmada oficialmente pela prefeitura de Isère, cuja principal cidade é Grenoble. A tentativa de atropelamento ocorreu em Varces-Allières-et-Risset.
Não há feridos a registar.
Escreve a BBC que a polícia procura um Peugeot 208 preto roubado.
Segundo o coronel Benoît Brulon, o condutor "ameaçou verbalmente" soldados que estavam também a fazer jogging, antes de proceder à tentativa de atropelamento de um segundo grupo.
Na passada sexta-feira, 23 de março, um atacante sequestrou trabalhadores e clientes num supermercado de Trèbes, afirmando agir em nome do grupo extremista autoproclamado Estado Islâmico (EI). Antes, roubou um automóvel em Carcassonne e, no caminho para Trèbes, disparou seis tiros contra um grupo de quatro polícias, ferindo um deles, sem gravidade, segundo fontes próximas da investigação. O autor do ataque foi identificado como Redouane Lakdim, de 25 anos.
O ataque provocou cinco mortos, incluindo o atacante, que foi abatido pelas autoridades. Entre as vítimas mortais está um agente que voluntariamente substituiu uma refém durante o sequestro, tendo sido atingido a tiro no momento em que as autoridades entraram no local para matar o atacante. Entre os feridos está um português.
Lakdim era conhecido das autoridades por crimes menores e por tráfico de droga, mas também esteve a ser vigiado pelos serviços de informação em 2016/2017 por suspeitas de relações com movimento radical salafista, avançou o procurador Francois Molins.
Este ataque foi o primeiro desta dimensão desde a eleição do presidente Emmanuel Macron, em maio do ano passado.
França mantém-se em estado de alerta após a série de atentados desde o ataque contra a redação do jornal 'Charlie Hebdo', em janeiro de 2015, que deixou 12 mortos. A onda de atentados extremistas fez 238 mortos e centenas de feridos em 2015 e 2016. Vários ataques ou tentativas de ataques tiveram como alvo militares ou polícias. As autoridades temem novos atentados, apesar do aumento das medidas de segurança instauradas pelo governo. São dez mil polícias e militares espalhados pelas ruas, estações e lugares turísticos.
O Estado Islâmico, que perdeu quase todo o território que conquistou no Iraque e na Síria, onde autoproclamou um califado em 2014, geralmente ameaça França em represália pela sua participação na coligação militar internacional que luta contra os seus combatentes nos dois países do Médio Oriente.
O último ataque reivindicado pelo Estado Islâmico em França aconteceu em Marselha, a 1 de outubro do ano passado. O tunisiano Ahmed Hanachi, de 29 anos, matou dois jovens em frente à estação Saint-Charles antes de ser abatido por militares.
Fonte: MadreMedia
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