Uma equipa de
investigadores do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
(FCTUC) desenvolveu, no âmbito da sua participação no projeto
RENOVERTY,
Roteiros de Renovação Rural, um guia
prático
pensado para tornar a renovação energética acessível às
comunidades rurais em toda a União Europeia (UE).
Num momento em
que a eficiência energética se torna essencial para combater a
pobreza energética, estes roteiros pretendem ajudar os proprietários
rurais a melhorar as suas habitações (condições de conforto e
salubridade do espaço interior), contribuindo simultaneamente para
melhorar a sua qualidade de vida e alcançar a descarbonização do
parque edificado, seguindo os objetivos climáticos da UE.
Os roteiros,
desenvolvidos em colaboração com grupos de ação local (GALs) da
Croácia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Hungria, Itália, Osona e
Portugal, tentam responder aos desafios enfrentados pelas zonas
rurais. Este guia prático oferece orientações claras e práticas
sobre as opções técnicas, legislativas e financeiras, disponíveis
em cada região, numa tentativa de simplificar o processo de
renovação das habitações das famílias que enfrentam uma situação
de pobreza energética.
Como explica
Paula Fonseca, investigadora do ISR, «estes
instrumentos permitem adaptar cada intervenção às necessidades
específicas de cada caso, ao orçamento disponível e aos incentivos
aplicáveis.
Além disso, pretendem ajudar a superar desafios comuns, como a
complexidade dos requisitos administrativos, a iliteracia energética,
a escassez de informação, as limitações no acesso a financiamento
e a falta de profissionais qualificados. Ao oferecerem uma visão
clara e orientada para as necessidades, os roteiros tornam o processo
de renovação mais acessível, eficiente e bem-sucedido».
De acordo com os
especialistas, o envelhecimento do parque imobiliário europeu
representa um desafio urgente, uma vez que 35% dos edifícios têm
mais de 50 anos e 75% continuam a ser ineficientes do ponto de vista
energético, contribuindo para 40% do consumo de energia da UE e 36%
das emissões de CO₂.
«As
zonas rurais enfrentam vulnerabilidades próprias
que intensificam a pobreza energética,
nomeadamente o envelhecimento das populações,
as elevadas taxas de pobreza e o parque imobiliário
mais velho e ineficiente. Muitos agregados familiares que vivem
nestas zonas dependem de combustíveis fósseis com elevado teor de
carbono para aquecimento, como o carvão e o gasóleo, devido às
opções energéticas mais limitadas»,
realçam os investigadores.
Assim, «os
roteiros RENOVERTY abordam estes desafios, apresentando medidas
passíveis de apoiar as comunidades rurais, contribuindo para a
diminuição das desigualdades e ajudando os cidadãos que mais
necessitam de apoio.
Além
de sensibilizar e respeitar o ambiente rural, este projeto pretende
contribuir para manter e promover o conhecimento local, a identidade
cultural e a preservação da natureza»,
concluem.
Neste âmbito, os
especialistas estão a promover, até 7 de abril, um concurso que
convida municípios, agências de energia, peritos do setor e outras
partes interessadas a unir esforços no combate à pobreza energética
rural, aplicando os conhecimentos adquiridos, aproveitando
simultaneamente as oportunidades de colaboração e as soluções
comprovadas para a renovação rural. Mais informações sobre este
concurso aqui.
*Sara
Machado
Assessora
de Imprensa
Universidade
de Coimbra• Faculdade de Ciências e Tecnologia
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