segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

A guerra do eucalipto, 5 leituras muito boas e 4 boas novas

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Enquanto Dormia
David Dinis, Director do Público
Bom dia!
Trump ameaçou o juiz que suspendeu a sua ordem: “Se acontecer alguma coisa, culpem-no”, disse o Presidente. O "alguma coisa", leia-se, é um atentado terrorista.
Aos aeroportos chegaram os que antes tinham sido barrados. Alguns deles, pelo menos. Porque há outros à espera em vários pontos do mundo, que dizem coisas como esta: “Se me disseram que há um avião amanhã, eu vou"
O Super Bowl foi um espectáculo. Acabou com o primeiro prolongamento da história e com uma reviravolta inédita. A festa foi dos Patriots. E a crítica a Trump ficou a cargo de Lady Gaga ("This land is your land", disse ela) e dos comerciais ao intervalo.
O Benfica voltou à liderança com uma vitória tranquila. A pressão sobre os encarnados só durou 26 minutos, depois foi tudo fácil.

As notícias do dia

A segunda-feira arranca com várias notícias importantes, embora sem tema quente. Vamos a elas, numa síntese rápida:
Área de eucalipto vai ficar congelada até 2030. O Governo encontrou num diploma assinado por Passos Coelho a resposta para se defender dos ataques da indústria e da produção que contestam a travagem da área de eucaliptos prevista na “reforma da floresta”. A dita reforma e as reacções do sector são-nos contadas pelo Manuel Carvalho.
Mais cinco anos para limpar as minas radioactivas. Ao fim de 16 anos de intervenção ambiental nas minas de urânio abandonadas, o país tem de esperar mais cinco para comprovar se as 61 antigas áreas mineiras deixaram de ser um problema para a saúde humana. A bacia do Mondego é o ponto mais sensível, explica a Lurdes Ferreira.
Na economia, anuncia-se um travão nas rendas para lojas históricas, mas também para o comércio tradicional e colectividades culturais. A notícia é do Negócios.
O BCP vai pagar já o que deve ao Estadodesbloqueando salários da gestão e dos trabalhadores, segundo o Negócios. Isto depois da operação de aumento de capital, que resultou nisto (e num sector à beira de um facto históricos: a "deserção dos investidores portugueses" de posições de referência no sector.
No Estadopasse os olhos pelas contas do SNS - e escolha se vê o copo meio cheio ou meio vazio. Sendo que há novos problemas velhos, por exemplo no IPO de Lisboa. Parte boa: está a caminho o desbloquear de uma velha promessa: uma rede de cuidados continuados para doentes mentais, diz a TSF
Na políticaanote a pressão da CGTP: a esquerda tem que ir mais longe, o Governo tem de ceder nas leis laborais, acordos secretos são inaceitáveis. Tudo na entrevista à Antena1/JdN. E também a pressão do Bloco: o relatório sobre a precariedade deixou milhares de fora, diz José Soeiro ao DN (na verdade, a diferença de perspectivas entre PS e BE ou PCP é muito grande).
Já agora, quantas vezes o PSD fez de muleta ao Governo: 185 vezes, em 1292 votações. Dito de outra forma, o Bloco Central funcionou em 14% das votações na Assembleia.
A fechar, um caso de peso a mais: está a correr uma petição contra o peso excessivo das mochilas das crianças, que conta fazer caminho até à Assembleia. 

Cinco leituras (muito) boas 

Marine, o perigo ao virar da esquina. A candidata da extrema-direita lançou este fim-de-semana a sua candidatura presidencial. A Clara Barata fez a revisão do programa da Frente Nacional e deixou-nos aqui um guião: a prioridade é "dar a palavra ao povo" - e isso quer dizer recuperar quatro soberanias.
Como sobreviver a Donald Trump? O Jorge Almeida Fernandes fez o título e a análise. É mesmo para não perder.
Das montanhas do Idaho vê-se um país com medo. Pouco habitado, com muitas fronteiras, rural e religioso, o Idaho votou maioritariamente Trump, mas coexiste com um olhar novo, acolhe refugiados, aceita a diferença. É a terra de Marilynne Robinson, autora eleita de Barack Obama, caso raro de síntese entre religião e progressismo. A Isabel Lucas esteve por lá, em mais uma viagem pela América dos Livros.
O dólar teve tempo para falhar. E o euro? Estas são as lições da História americana para a moeda única europeia, revistas por Luís Teles Morais, do Instituto de Políticas Públicas Thomas Jefferson-Correia da Serra.
Menos caçadores, mas muita paixão e polémicas mil. Em dez anos, Portugal terá perdido 200 mil caçadores e o número de animais para caçar é cada vez mais escasso. O Luciano Alvarez foi ouvir o que têm a dizer caçadores no activo, Governo, armeiros e o PAN sobre um sector onde há muitas críticas e que renderá 10 milhões anuais ao Estado. E tudo começou com uma montaria ao javali
Hoje acontece
  • Toma posse o novo Secretário de Estado das Finanças, discretamente anunciado no sábado.
  • O presidente do Banco Central Europeu vai falar aos eurodeputados, na comissão de Finanças.  
  • A Câmara dos Comuns arranca com uma maratona de três dias para analisar ao detalhe a lei que vai dar poder a Theresa May para desencadear o Brexit.
  • Os ministros da Defesa de Portugal, Espanha, França e Itália reúnem-se no Porto para discutir o estado da NATO.

Um minuto para boas novas

Em Lisboa, houve filas (e a espera) para ver Amadeo e Almada. Os dois grandes vultos do modernismo português atraíram este domingo um invulgar volume de visitantes aos museus do Chiado e da Gulbenkian. Mesmo, no Porto, os Mirós de Serralves voltaram a registar uma enchente. É ao que se pode chamar uma concorrência saudável, não é Isabel Salema?
O Porto voltou a ter o seu Cinema Trindade. E foram muitos os que quiseram festejar o regresso de uma sala onde já não se via cinema desde o final do ano 2000, como testemunhou o Paulo Pimenta (e a sua fiel câmara).
E em Coimbra foram rosas (de Adriana Calcanhoto). Diz o Nuno Pacheco que o espectáculo só teve uma falha
Para todos, em todo o lado, vêm aí as três mil páginas que Agustina escreveu para os jornais. Que tantas páginas de Agustina Bessa-Luís estivessem, na prática, indisponíveis, mostra bem a relevância e a urgência da tarefa a que se entregou a sua neta. Que ela o tenha feito, é obra que só podemos agradecer-lhe. Para a eternidade.
Tudo isto para lhe dizer que há coisas mesmo boas a acontecer por cá. E que nós também estamos cá para dar boas notícias (ou boas pistas, para que as possa aproveitar também). Agora chegou a segunda-feira. Vamos: ponha um sorriso, tenha um dia produtivo. Encontramo-nos por aqui, sempre que quiser.
Até já!

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