sexta-feira, 23 de junho de 2017

Mais dúvidas sobre o SIRESP// O que já sabemos e o que falta saber sobre Pedrógão

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
A Arábia Saudita apresentou a sua lista de condições para pôr fim à crise com o Qatar. E elas passam por fechar a Al-Jazira e a base da Turquia.
A Coreia do Norte voltou aos testes com mísseis - e os norte-americanosdesconfiam que o novo ensaio pode fazer parte de programa para desenvolver um míssil balístico intercontinental.
Trump jurou que não gravou conversas com ex-director do FBINem cassetes, nem mp3.
E, falando em conspirações, voltamos às polémicas no nosso futebol.O Benfica monitorizou SMS de Fernando Gomes? 

A nossa maior tragédia

O SIRESP volta a estar na nossa manchete, desta vez com uma pergunta para Passos Coelho: por que é que deixou 6 meses na gaveta um corte de 25 milhões, fechado pelo seu antigo secretário de Estado? A pergunta vem do próprio Fernando Alexandre, numa história contada ao Paulo Pena, onde sugere também que se nacionalize este sistema de comunicações. O ex-governante dá outras pistas, ainda, num artigo publicado no Eco, precisamente no dia em que o jornal i põe um número em cima da realidade: o sistema de comunicações esteve 14 horas e meia sem funcionar na noite da tragédia do fim-de-semana passado. Se se recordar, já ontem o Paulo Pena tinha escrito um texto de leitura obrigatória sobre o SIRESP: a história de uma parceria público-privada que custou mais do que parece merecer. E dito isto, pergunta o Amílcar Correia no Editorial, para que nos serve o SIRESP?
Sobre o que se passou em Pedrógão, tenho mais textos para lhe recomendar: um que sintetiza o que já sabemos e o que ainda falta saber. Sendo que talvez falte saber muito mais do que gostaríamos: ontem, numa reunião interna, dois deputados do PSD mostraram-se revoltados com um "encobrimento" do caos que viram no terreno (o texto do Expresso conta detalhes); enquanto o CDS deixava 25 perguntas a Costa, muito minuciosas. Sejam quais forem as respostas, não ficará: os inquéritos abertos são muitos e variados.
Sobre o que não sabemos, este será o dado mais importante: quantas pessoas estão desaparecidas? O Governo ainda desconhece, mesmo acreditando que o número de vítimas não subirá. Já agora, falando das dúvidas... agora que o Governo antecipou por uns dias a fase Charlie, ainda faz sentido esta ideia de dividir o combate por épocas?
Se tiver tempo, ouça estes nossos podcast: o Reservado ao Público tem os nossos repórteres no terreno a contar como é escrever e fotografar o que nos dói; no Com Tempo e Alma, a nossa editora Ana Fernandes conversou com José Miguel Cardoso Pereira e Tiago Oliveira, coordenadores da proposta técnica do Plano Nacional de Defesa Contra Incêndios 2004/2005. E, claro, o minuto-a-minuto onde continuamos a contar o que se vai passando ao detalhe.

Outras notícias (em síntese)

Morreu o ex-ministro das Finanças Miguel Beleza, deixando o mundo político (ainda mais) em luto. As reacções de surpresa e tristeza foram muitas, de Marcelo a Cavaco, passando por todos os quadrantes partidários.
O Governo já admite rever o limite de três anos para entrada de precários no Estado...
... mas tem empresas e aliados a suspeitar das suas escolhas para a Anacom - sobretudo pelas ligações à PT (aqui e aqui).
Falando em Finanças, lá fora desconfiam que a hipótese Centeno para o Eurogrupo é uma especulação para consumo interno.
Mais desconfianças, agora na China: está em curso uma investigação do regulador que vai dar ao principal accionista do BCP - e ao que está a chegar à TAP.
Na política interna, também há quem esteja à espreitaneste caso, é Morais Sarmento - e uma série de apoiantes, rumo ainda não se sabe bem ao quê.
Por falar em espreitara Inspecção da Educação já está a investigar a alegada fuga de informação no exame do 12º ano. Já agora, deixo-lhe a correcção da prova final de Português do 9.º ano e a correcção do exame de História A do 12.º ano. Nestes casos não há perigo - as provas já aconteceram ontem.

Outras leituras

1. Sobre o Daesh: o fim do “califado” está à vista, mas não trará a paz, escreve a Sofia Lorena, que voltou à nossa companhia. Faz três anos que o Daesh entrou em Mossul, a grande metrópole do Norte do Iraque. Hoje, prestes a serem expulsos da maior cidade que já controlaram, os extremistas não abandonam a política de terra queimada. Mas a jihad internacional vai continuar. O texto está aqui, em boa hora (welcome back Sofia). E vem acompanhado pelo contexto do dia de ontem - e por uma fotogaleria dura: para lá das vidas, História e monumentos destruídos pelos conflitos.
2. De que falamos, quando falamos em liberdade no mundo? A Cátia Mendonça fez uma infografia que explica melhor do que mil palavras, contando como andou o mundo no ano passado, quando falamos de liberdades. Aviso: há muitas manchas vermelhas no mapa. 
3. E que tal falar com a robô? A Anna estreou-se na secção de apoio ao cliente do IKEA em 2005: apesar das dificuldades em perceber várias perguntas dos clientes, e de lhe chamarem 'burra', a paciência era o seu ponto forte. “Por favor, faça perguntas sobre a loja e não se zangue comigo”, repetia. Independentemente do que diziam, nunca perdeu a calma até ser dispensada em 2015. A tecnologia, diz a empresa, estava desactualizada. Hoje, muitas empresas põem os clientes a falar com máquinas na Internet: são mais baratas, rápidas e disponíveis. Mas continua a ser fácil a conversa resvalar para piadas, comentários impróprios e insultos, não é Kátia?
4. Do ípsilon não falamos, mostramos: hoje a capa fala-nos de David Machado, cujo novo romance promete ensinar-nos a lidar com o trauma (que semana para este Debaixo da Pele). Mas também nos traz "a devastação perante a morte de um filho", a Pietá de George Saunders (romance cinco estrelas, na opinião da Isabel Lucas) ou o último de José Eduardo Agualusa, mais um para comprar. E traz-nos até de volta Nick Cave, que se atira de braços abertos ao mundo. "Só isto?" - perguntará o leitor. Não. A isto chama-se um aperitivo. E dos bons.

A agenda de hoje
  • Termina o Conselho Europeu, pelos vistos em clima mais optimista;
  • O INE revela as Contas Nacionais relativas ao primeiro trimestre, mostrando como vai a saúde do Orçamento;
  • Dia de exame nacional de Matemática, um pesadelo para alguns (que haverá de ser superado); 
  • No futebol, a selecção de Sub21 joga contra a Macedónia (e precisa de ganhar por 4, para passar à fase seguinte do europeu);
  • No atletismo, começa o campeonato europeu de equipas, onde a selecção portuguesa tem também uma missão difícil.

Só mais um minuto...

Para lhe deixar os links para os dois dias de descanso, merecido, que se seguem. É só escolher entre o Guia do Lazer, o Cinecartaz, o ípsilon (que tem um mundo lá dentro). E a Fugas, que amanhã lhe aparecerá com outro ar (e a qualidade de sempre) nas bancas. 
E se estiver pelo Norte, lembre-se distoé proibido lançar balões de São João. Não é pela multa, é pela saúde de todos. Fora isso, divirta-se. Divirta-se muito. E que o fim-de-semana seja, desta vez, um fim-de-semana de paz e alguns sorrisos.
Conte connosco para se manter actualizado, passe por cá para nos fazer companhia.
Até já!

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