quinta-feira, 5 de abril de 2018

Lula perde, Costa recua, Catarina avisa

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 

Bom dia! Já é quinta-feira
e estas são as últimas lá de fora:  

O Supremo autorizou a prisão de Lula. Ao fim de 11 horas de votações, o recurso do antigo Presidente foi recusado por seis votos contra cinco. Cabe ao juiz Sergio Moro dar a ordem efectiva de prisão. O PT já veio apontar o dedo ao "rasgar da Constituição" mas, é bom lembrar, para além da condenação por causa do apartamento em Guarujá, o ex-Presidente enfrenta mais sete denúncias que ainda têm decisões pendentes.
A Cambridge Analytica acedeu a dados de 87 milhões de utilizadores,mais 37 milhões do que se pensava no início da polémica. Pouco depois, Mark Zuckerberg deu uma conferência por telefone com vários media internacionais, incluindo o PÚBLICO, admitindo que corrigir o Facebook “deve demorar anos”. O Diogo escreve sobre isto, no Editorial a que chamou "a verdade da mentira".
Trump está a preparar novas sanções contra a Rússia: amanhã deve pôrmais meia dúzia de oligarcas próximos de Putin na lista negra, escreveu esta noite oWashington Post. Não sabemos ainda se a lista inclui os oligarcas que o procurador especial Mueller está a investigar, por alegado financiamento à campanha de Trump.
Luther King teve uma homenagem em Washington. 50 anos depois do seu assassinato, milhares de pessoas marcharam em silêncio para assinalar a data. A CNN fez-lhe uma outra (homenagem), com um texto que tem este mote: e se ele tivesse vivido?

O que marca o dia

O recuo de Costa no apoio à Cultura. Eram sete da manhã quando o primeiro-ministro publicou uma carta aberta aos agentes culturais, anunciando para 2,2 milhões para impedir o fecho de estruturas e dar tempo para avaliar os critérios do concurso. Costa antecipou-se às críticas que ouviria no debate quinzenal, só não se sabe se conseguirá com isto travar os protestos de amanhã (as primeiras reacções naTSF, esta manhã, indicam que não). Sobretudo tendo em conta os elogios que faz ao ministro e secretário de Estado.
Os avisos de Catarina Martins. Em entrevista ao PÚBLICO e Renascença, a líder do Bloco deixa um alerta ao primeiro-ministro: “Não pode dar poder de veto ao PSD sobre investimento”; marca as linhas para o programa de estabilidade (rever a meta do défice em baixa “é muito perigoso”; “Para Centeno brilhar, os serviços públicos não podem ficar às escuras”); e aponta a mira a um novo alvo (“Os reitores estão a boicotar a integração de precários”).
Rui Rio também está sob pressão. Paulo Rangel deixou-lhe um desafio. E Montenegro está de saída, mas só do palco do Parlamento.
Entretanto...
O Governo abriu uma guerra de duas frentes, com empresas de meios aéreos.
... deixou os trabalhadores dos hospitais sem respostaface ao problema das progressões nas carreiras (conta o Negócios).
O Parlamento abriu a porta a uma mudança nas telecomunicações,admitindo baixar o período de fidelização, num momento em que as operadoras já antecipam movimentos com uma subida de preços, acrescenta o JN.
E vai receber nos braços uma polémica difícila que atravessa os voos da Ryanair.

Ler devagar

1. Alexander Nix é um vilão de Bond, génio da tecnologia ou vigarista? Quão eficientes eram os métodos vendidos pela empresa Cambridge Analytica, acusada de abusar de milhares de perfis do Facebook para ajudar a eleger Donald Trump e outros políticos? As dúvidas somam-se - sobre os métodos e o que eles dizem sobre o fundador da empresa. O Washington Post fez a lista do que já está à vista.
2. Comiam pizza e jogavam ao pião. Estão acusados de terrorismo. Moraram em Aveiro, onde mandaram imprimir T-shirts com a frase “Islam is beauty forever”. Detidos à espera de julgamento em Monsanto e em França, negam ligações ao Daesh. A Ana Henriques consultou o processo que mostra a vida da dupla em Portugal e as deslocações ao exterior que faziam. E começa assim:"Tinha uma vida de playboy: bebia álcool, tinha namorada e não queria saber da religião para nada."
3. A Itália, a formar governo, pode ficar ainda mais dividida. Um mês depois da ida às urnas em Itália, o Presidente Mattarella começou finalmente a ouvir os partidos e os seus antigos e novos interlocutores. Ontem, na véspera das audiências mais esperadas (aquelas em que o chefe de Estado vai receber os dois verdadeiros candidatos à chefia do governo), um deles decidiu não esconder a estratégia – um risco, já que ninguém tem maioria para governar sozinho. E a estratégia é dividir a direita e o centro-esquerda. Como é que a Itália sai disto, Sofia Lorena?
4. Os novos e velhos "mundos da ansiedade". As “políticas do medo” não se reduzem a geografias concretas. Não são propriedade de sociedades ou “culturas” específicas. São resultado de múltiplos factores históricos, entre os quais o crescente encontro da diferença. Os historiadores José Pedro Monteiro e Miguel Bandeira Jerónimo lembram-nos outros tempos de tensão e ameaça, para nos mostrar que há menos de novo no que falamos hoje do que pensamos. 

A agenda de hoje

É dia de debate quinzenal, que nos dirá se os 2,2 milhões de Costa ajudam a serenar a polémica na Cultura. Dia para ouvir Marcelo e Costa, na conferência internacional “Educação Superior nas situações de Emergência”.
Noutros fórum, é de seguir a assembleia-geral da EDP, que reconduzirá António Mexia na presidência da empresa. E o depoimento de Daniel Proença de Carvalho no julgamento da Operação Fizz.
Mais logo, é noite de teste para o Sporting, que defronta o poderoso Atlético de Madrid, que Jorge Jesus diz ser “o favorito número um” a vencer a prova
Que seja feliz, o Sporting sim, mas sobretudo o seu dia. 
Nós voltamos a falar amanhã. Até já!

Nenhum comentário:

Postar um comentário