Até agora a estimativa era de que a Cambridge Analytica teria acesso aos dados pessoais de 50 milhões de pessoas. Esse número foi esta quarta-feira atualizado pela rede social, num comunicado em que a rede social enumera as medidas que está a tomar para restringir a informação pessoal a que as aplicações podem aceder no Facebook.
“No total, acreditamos que a informação do Facebook de cerca de 87 milhões de pessoas – a maioria dos Estados Unidos – possa ter sido partilhada indevidamente com a Cambridge Analytica.
A informação consta de um documento assinado por Mike Schroepfer, o responsável tecnológico da empresa. No entanto, não são fornecidos quaisquer pormenores sobre como o Facebook chegou a esta nova estimativa, mais elevada.
O responsável tecnológico do Facebook enumerou num documento as alterações que a rede social fará para restringir a informação a que podem aceder as aplicações, como já tinha anunciado Mark Zuckerberg.
“Hoje, queremos informar-vos sobre as mudanças que estamos a efetuar para melhor proteger a vossa informação no Facebook”, pode ler-se no documento.
A rede social Facebook tem estado no centro de uma vasta polémica internacional com a empresa Cambridge Analytica, acusada de ter recuperado dados de milhões de utilizadores da rede social, sem o seu consentimento, com fins políticos.
Desde o início do escândalo, as ações do Facebook já caíram 16%.
Atualização dos termos de utilização
Também esta quarta-feira foi anunciada uma atualização dos termos de utilização e política de dados para "tornar tudo muito mais claro".
Em comunicado, o Facebook refere que "é importante mostrar claramente aos utilizadores como funcionam os seus produtos, uma vez que só assim poderão tomar decisões informadas sobre a sua privacidade".
Nesse sentido, a rede social de Mark Zuckerberg adianta que "está a atualizar os seus termos de utilização, que incluem o seu compromisso para com todos os que usam a rede social - os serviços oferecidos estão descritos numa linguagem fácil de entender", tal como a política de dados, que "está também a ser atualizada para que se possa compreender mais claramente que dados são recolhidos e como é que estes são utilizados no Facebook, Instagram, Messenger e outros produtos".
De acordo com a rede social, as atualizações têm como objetivo "tornar tudo mais claro", sublinhando que o Facebook "não está a pedir novos direitos de recolha, utilização e partilha de dados aos utilizadores, nem a alterar nenhuma das opções de privacidade feitas por estes até à data".
Durante os próximos sete dias, "os utilizadores poderão dar o seu 'feedback' sobre os termos de utilização e política de dados. Uma vez finalizados, os documentos serão publicados e será pedido aos utilizadores que concordem com eles no Facebook, juntamente com informação sobre as opções que têm sobre a sua privacidade", adianta.
RTP
Imagem: Reuters
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