quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Mundo | Maputo não se engalanou mas muitos, muitos milhares receberam o 266º Papa da Igreja Católica nas ruas da capital de Moçambique

Foto da Presidência da República
A Cidade de Maputo não se engalanou mas muitos, muitos milhares de moçambicanos, e também estrangeiros, de várias religiões receberam o Papa Francisco cantando e dançado pelas avenidas que o Santo Padre cruzou desde a Base Aérea até a Nunciatura. Mesmo os indisciplinados “chapa” 100 pararam durante mais de 1 hora para dar prioridade ao 266º Papa da Igreja Católica que visita pela primeira vez Moçambique.
Duas dezenas de minutos adiantado à hora prevista o Airbus A-330 da companhia aérea italiana transportando o Papa Francisco aterrou na capital de Moçambique dando início a sua quarta viajem ao continente africano, que o levará ainda a Madagáscar e as Ilhas Maurícias.
Pela porta traseira saíram primeiro os “vaticanistas”, apelido dos jornalistas que viajam com o Sumo Pontífice, depois abriu-se a porta principal, eram 18h25 e Dom Piergiorgio Bertoldi, o Embaixador do Vaticano em Moçambique, acompanhado pelo Chefe de Protocolo do Estado moçambicano subiram à bordo.
Sozinho Jorge Mario Bergoglio desceu a escadaria, apoiado pela mão direita e, ao contrário do anterior Papa que visitou Moçambique em 1988 não beijou o solo nacional, estendeu a mão e cumprimentou o Presidente Filipe Nyusi. Saudou a Primeira-Dama e foi saudado por duas crianças e dois adolescentes.
Seguiram-se as honras militares e de Estado, acompanhadas por salvas de canhões. Ladeado pelo Presidente Nyusi o Papa cumprimentou membros dos órgãos de Soberania no nosso país, alguns membros do Governo e altos membros da Igreja. Depois apreciou alguma da cultura moçambicana, apresentada por grupos de canto e dança, saudou as centenas de fiéis que estiveram na Base Aérea e subiu para o papa móvel.

Eram 18h52 quando a viatura Isuzu partiu e, assim que passou pela cancela, quase foi engolida pelo mar de pessoas que o aguardava na avenida 19 de Outubro. O largo da Deta há muitos anos que não recebia tantos cidadãos de várias idades. Defronte do Aeroporto de Mavalene a enchente era maior.
A avenida Acordos de Lusaka parece ter recebido todos os residentes dos bairros que a ladeiam. A praça 20 de Setembro, sempre cheia com o tráfego de automóveis particulares e transportes de passageiros foi ocupada pelos populares que cantando, dançando e de telemóvel em punho quiseram saudar e registar o aceno que o Santo Padre não parou de fazer em todo o percurso.
Doentes do Hospital Central devem ter dispensado cuidados médicos durante a passagem do Santo Padre
No ponto final a enchente parecia de cidadãos na hora de ponta a espera do “chapa”, mas durante pouco mais de uma hora os indisciplinados transportes semi-colectivos de passageiros tiveram de parar e abrir alas para os maputenses saudarem o Pontífice argentino. Os passeios que ladeiam a avenida Eduardo Mondlane encheram-se de católicos, crentes de outras religiões, homens e mulheres de todas as idades que não quiseram deixar de ver o Papa Francisco.
Além de bandeiras com as cores de Moçambique, acompanhadas pela bandeira do Vaticano, à saída do Aeroporto e na praça dos Heróis o Sumo Pontífice não viu uma cidade engalanada, pela hora nem poderia ver. Um punhado de banners de boas vindas, pelo percurso foram ofuscados pelos outdoors e cartazes do candidato do partido Frelimo às Eleições Gerais.
Ainda assim os doentes do Hospital Central, a julgar pelo número de profissionais de saúde na estrada, devem ter dispensado os cuidados médicos durante a passagem do Santo Padre que também fez descer dos luxuosos prédios muitos dos residentes da avenida Julius Nyerere.
“Já lhe vi, já lhe vi” gritaram entre si três jovens que esperaram pelo menos 2 horas em pé, diante da Nunciatura pela chegada do Chefe de Estado do Vaticano, eram 19h27. Um coro recebeu o Papa Francisco, na varanda do novo edifício de 2 andares onde funciona a Embaixada do Vaticano.
Nesta quinta-feira-feira (05) o dia de Jorge Mario Bergoglio começa bem cedo no palácio da Ponta Vermelha onde irá encontrar-se ainda com o Governo, representantes da sociedade civil e membros do corpo diplomático.
Usando o papa móvel o Santo Padre deslocar-se-á em seguida para o pavilhão do Maxaquene para um encontro inter-religioso com jovens, e durante a tarde irá reunir com os bispos, sacerdotes, religiosos, consagrados, seminaristas, catequistas e animadores na Catedral da Imaculada Conceição.
No fim da tarde do seu 2º dia em Moçambique o Papa vai consagrar a “Casa Mateus 25” onde lhe aguardam alguns moçambicanos com necessidades especiais, toxicodependentes e outros cidadãos abandonados pela sociedade.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique


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