sexta-feira, 20 de agosto de 2021

“Merece o total repúdio”. Com os casos a aumentar, o presidente da câmara do Porto Santo diz que a atitude de alguns jovens de férias na ilha é “inqualificável”

O presidente da Câmara Municipal do Porto Santo considera que a atitude de alguns jovens de férias na ilha, relativamente às regras de prevenção da pandemia, é “inqualificável” e contribuiu para um aumento de casos de covid-19 naquele território.

“Foi inqualificável a atitude dos jovens, o que se passou no Porto Santo, e merece o total repúdio da Câmara Municipal”, disse hoje Idalino Vasconcelos à agência Lusa.

Os mais recentes dados, divulgados quinta-feira pela Direção Regional de Saúde (DRS), indicam que no Porto Santo estavam diagnosticados 81 casos ativos de covid-19.

A ilha tem uma população na ordem dos 5.000 residentes, mas nos meses de verão, sendo um destino de férias procurado sobretudo pelos habitantes na ilha Madeira, chega a registar 30.000 pessoas no seu território.

O aumento de casos de covid-19 registado nos últimos dias levou as autoridades de saúde a criar um novo espaço de confinamento com 50 camas, no Pavilhão Multiúsos, no centro da ilha, visto que a unidade hoteleira dedicada a esta tarefa, com 42 camas, tinha esgotado a sua capacidade.

Nas últimas semanas surgiram relatos sobre “comportamentos irresponsáveis” de muitos jovens que passam férias na ilha, com o registo de ajuntamentos, sem cumprimento das regras preventivas “entre a meia-noite e a 01:00, que é o recolher obrigatório, sobretudo junto aos bares”, mencionou o autarca.

“Diariamente somos informados sobre os problemas de concentração de jovens, muitos deles menores, bêbados”, apontou Idalino Vasconcelos, opinando que a situação se deve também à “falta de supervisão parental”.

O autarca lamentou que este tipo de situações aconteçam “apesar dos apelos do município”, porque prejudicam os residentes e comerciantes da ilha, além de afetarem a imagem do Porto Santo como destino turístico seguro.

“Foi pena não ter existido a ação pedagógica que foi pedida pela Câmara do Porto Santo às forças de segurança, tal como no ano passado”, declarou, recordando que decorreram reuniões com as autoridades de fiscalização e segurança antes do período de férias e foi “garantido um reforço de policiamento”.

Idalino Vasconcelos sublinhou que a situação na ilha “podia ser bem melhor se não houvesse a atitude irresponsável da maioria dos jovens” que ali estão de férias.

O município corrobora, por isso, a posição dos residentes que “têm manifestado a sua insatisfação”.

Contudo, Idalino Vasconcelos referiu que se verificam episódios de desacatos em quase todos os destinos turísticos nesta altura do verão.

“É necessário que todos façam a sua parte e apelo aos jovens para que sejam mais responsáveis, apelo ao seu civismo e para que tenham mais consciência sobre a consequência dos seus atos”, disse.

O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, afirmou na segunda-feira que a situação no Porto Santo era “muito complicada” e anunciou que ia pedir uma maior intervenção das forças de segurança, nomeadamente com a aplicação de multas nos casos de incumprimento das regras preventivas.

A DRS refere que a ilha do Porto Santo registou um total de 201 infetados desde o início da pandemia, somando 120 doentes recuperados e um óbito associado à doença.

As autoridades de saúde da Madeira sinalizaram na quinta-feira 47 novos casos de covid-19 e 30 recuperações no arquipélago, sendo que o total de infeções ativas no arquipélago é de 352, com oito doentes hospitalizados e 75 vítimas mortais.

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