sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Teorias sobre a homossexualidade (II Parte)

 Comportamento

Considerando o interesse deste assunto sociocomportamental no mundo da dádiva de sangue, e dando cumprimento ao que assumimos na publicação anterior, trazemos aos leitores do Litoral Centro a II Parte do tema. (NR)

O Prof. Hirschfeld observa que, se em muitos homossexuais masculinos efeminados, se pode verificar também semelhante mania, isto é, a tendência a vestirem roupas femininas, esse desejo representa apenas neles um papel secundário, ao passo que, nos efeminados não invertidos, o seu papel é principal e exclusivo.

A transvestimentação foi especialmente estudada por Nacke, que dela forneceu muitos dados interessantes. Em sua opinião a transvestimentação devia chamar-se mania do transvestir, porque se trata, com efeito, duma verdadeira mania de envergar roupas doutro sexo, embora nem sempre assim seja, porquanto alguns homens e algumas mulheres escolhem uma roupa fantasista do seu próprio sexo. (Assim por exemplo, o célebre pintor inglês, Lucas, quando trabalha no seu atelier, veste-se de Hamlet).

O fundador da Psicanálise, o Prof. Freud, ensina também que a inclinação para as perversões sexuais é congénita para cada homem.

Mas, diz ele, mais tarde, ela é dominada, na maior parte dos homens, pelos sentimentos que lhe são criados pelo meio social: pudor, repugnância, compaixão, moralidade e autoridade. Mas, naqueles em que ela permanece, dá-se em retardo de evolução e um infantilismo, respectivamente. Além de que, a causa da homossexualidade para Freud, reside nas circunstancia do individuo ter permanecido na fase primitiva do auto-erotismo do amor. A criança está predisposta pela sua bissexualidade primitiva, composta de elementos diversos, a todas as perversões, inclusa a da inversão sexual.

Segundo o psiquiatra holandês, Aletrino, o uranismo é uma variedade normal e é absolutamente falsa a afirmativa de que os homossexuais sejam anormais, por não servirem para a procriação: a filogénese, mesmo, demonstra, que, no primitivismo sexual a tendência era a evacuação do sémen, constituindo a fecundação nos animais inferiores uma mera casualidade. Para a moral, diz o Prof. Aletrino, deve ser indiferente que essa evacuação se faça com uma pessoa do mesmo sexo ou do sexo diferente. O acto sexual perderia assim o seu carácter instintivo, original, porque o pensamento e a vontade o iam dominando cada vez mais.

A mais ideal comunidade é possível somente na mais possível igualdade, e esta alcança-se somente com sexo igual. Não é a homossexualidade que deve ser atacada, diz o Dr. Aletrino, mas algumas outras faltas. O uranista não é pederasta; seria, por isso, ridículo exigir dele a virgindade, desde que se não exige aos heterossexuais. A vida sexual nunca pode figurar como fundamento para a condenação. Além disso, a pederastia é muito menos perigosa do que a prostituição.

Quer Weninger que a homossexualidade e a pederastia, sejam consideradas como disposições perversas e não como doenças nem vícios, mas apenas como formas de transição anatómica.

Para Carpenter a homossexualidade, isto é, «o sexo intermediário», é o produto do desenvolvimento progressivo da humanidade.

Eulenburg considera o uranismo como uma anomalia psíquica. Os sentimentos sexuais «contrários» podem apresentar-se tanto em indivíduos psiquicamente doentes como nos psiquicamente sãos, mas, na maioria dos casos, manifestam-se em indivíduos, degeneradamente ou, pelo menos, nervosamente dispostos.

No parecer de Krapelin a homossexualidade é uma doença em terreno quase congénito e, a miúdo, uma disposição psicopática hereditária.

Forel olha a homossexualidade como um fenómeno mórbido: a maioria dos homossexuais é constituída de cínicos e voluptuosos.

Dr. Ladislau Thot
Condensado do Livro Psicopatologia Criminal

Condensado por J. Carlos

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