quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

360º - O "modus operandi" do blogger que defendia Sócrates. E ainda: o que leva à acusação de corrupção contra Vicente?

360º

Por Miguel Pinheiro, Diretor Executivo
Bom dia!
Enquanto dormia...
A Amnistia Internacional divulgou hoje o seu relatório anual. Alguns pontos importantes:

  • Em Angola, há um silenciamento, pelo governo, do descontentamento social no país;
  • Em Portugal, há más condições nas prisões;
  • Na Guiné-Bissau, há falhas na justiça;
  • Em Timor, há violência de género e processos contra jornalistas;
  • Em Moçambique, há abusos cometidos pelas forças de segurança e pela Renamo.
A Turquia deteve hoje 35 suspeitos de pertencerem ao Estado Islâmico. A polícia antiterrorista encontrou em Istambul documentos e uniformes militares.

Continua a investigação ao assassinato do irmão do ditador da Coreia do Norte. Hoje, a policia da Malásia falou sobre o caso e disse que pretende interrogar um diplomata norte-coreano.


Informação relevante
Qual era o modus operandi do blogger que defendia José Sócrates? Toda a gente o conhece como "Miguel Abrantes", mas esse não é o seu verdadeiro nome. Por trás do pseudónimo estaria António Costa Peixoto, que foi ouvido pelo Ministério Público por suspeitas de ter recebido dinheiro de José Sócrates para escrever no blogue Câmara Corporativa textos que elogiavam o ex-primeiro-ministro e atacavam os seus adversários. Como é que ele funcionava? E o que escrevia exactamente? O Miguel Santos e o Vítor Matos respondem a todas as perguntas.

Angola suspendeu ontem a visita da ministra da Justiça portuguesa ao país - e isto poucas horas antes de Francisca Van Dunem entrar no avião. Não foram esclarecidas as razões, mas a decisão surge numa altura em que a justiça portuguesa acaba de acusar o vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, da alegada prática dos crimes de corrupção ativa na forma qualificada, branqueamento de capitais e falsificação de documento.

Horas antes de ser conhecida a decisão de Angola, o Observador tinha publicado um Especial a explicar os detalhes do processo que levou à acusação a Manuel Vicente. O Luís Rosa conta os pormenores do caso e dá uma novidade: se as autoridades angolanas não cumprirem uma carta rogatória que lhes foi enviada para que o vice-Presidente seja notificado da acusação, poderá ser emitido um mandado de detenção internacional.

O caso das transferências de dinheiro para offshores entre 2011 e 2014 marcou o dia político:
  • Paulo Núncio, antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, diz que não conhecia o caso;
  • PCP e o BE pediram uma audição de Núncio e do atual secretário de Estado, Rocha Andrade, sendo que o PS também quer ouvir este último;
  • Público escreve hoje que as propostas para criação de novas regras para as offshores estão paradas no Parlamento há oito meses.
Rocha Andrade vai andar ocupado nos próximos tempos: o PSD também quer ouvir o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, mas sobre o facto de o Governo não ir este ano baixar o imposto sobre produtos petrolíferos quando o combustível aumentar.

Mais uma nota parlamentar: hoje há debate quinzenal e vamos seguir tudo ao minuto no Observador.

Até junho, o Novo Banco vai cortar 350 postos de trabalho. O anúncio foi feito ontem e tem a concordância da comissão de trabalhadores, que prefere esta solução a um eventual despedimento colectivo.

Ainda sobre o Novo Banco: o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários quer assumir uma participação no capital, juntamente com a Lone Star.

O Ministério Público vai fazer hoje um pedido de escusa do juiz Rui Rangel, a quem caberia decidir um recurso de José Sócrates na Operação Marquês. A notícia é do jornal i.

Lembram-se de Donald Trump ter falado de um incidente na Suécia, que podia ser (ou não) um ataque terrorista ou que podia envolver (ou não) imigrantes? Na altura, não tinha acontecido nada, mas, dois dias depois, um motim num bairro de Estocolmo é notícia em todo o mundo por ter acontecido num bairro predominantemente imigrante. O The New York Times também foi perceber o que se estava a passar e se isso pode ajudar Trump.

Uma baixa entre os apoiantes de Trump: Milo Yiannopoulos, uma das estrelas do Breitbart News, demitiu-se na sequência das suas polémicas declarações a favor da pedofilia.


A nossa Opinião

José Manuel Fernandes escreve "E porque não se calam com isso dos 'precários'?": "Só se fala de "precários" quando estes resultam do excesso de protecção dos "definitivos" num mercado de trabalho dual, injusto e ineficiente. É uma discussão de pernas para o ar, capturada pelo Bloco".

Luís Aguiar-Conraria escreve sobre a liberdade de imprensa: "Há imenso trabalho científico sobre a correlação fortíssima entre a saúde da democracia e a liberdade de imprensa. E com uma imprensa mais livre a capacidade de manipulação das contas públicas diminui".

Maria João Marques escreve sobre o politicamente correcto: "A esquerda desvaloriza a violência sexual quando é cometida pelo ‘outro’ exterior ao Ocidente. Não precisamos do mesmo à direita, tipo Milo Yiannopoulos. Felizmente por cá ainda não ocorreu o contágio".


Os nossos Especiais
Paul Auster lançou o seu novo romance, "4 3 2 1", e Rogério Casanova já o leu. Não foi uma boa experiência: "O mínimo que se pode fazer a 4 3 2 1 é avaliá-lo nos seus próprios termos. O livro tem 870 páginas. Cada página tem em média 2800 caracteres. A esperança média de vida é 80,37 anos. É fazer as contas".


Notícias surpreendentes

Esta semana, "Trainspotting" regressa ao cinema, com uma sequela dirigida por Danny Boyle. É motivo para festejar? Nem por isso. O nosso crítico, Eurico de Barros, dá-lhe só duas estrelas: "Há nostalgia, azedume, ajustes de contas, desejos de redenção, flashbacks melancólicos e perplexidades, desembocando num filme-perseguição convencional".

Andy Warhol morreu há 30 anos e ainda é um profeta, escreve o Bruno Horta. O artista plástico que terá escrito a frase “no futuro, qualquer pessoa terá 15 minutos de fama mundial” morreu em 1987 e continua a ter influência. Em Portugal, temos obras dele em dois museus.

Afinal, há ou não dois quadros falsos na nova exposição do Museu Nacional de Arte Antiga? A resposta da historiadora Annemarie Jordan Gschwend, uma das comissárias de “A Cidade Global – Lisboa no Renascimento”, é esta: sobre um, há dúvidas; sobre o outro, “nem pensar”.

Está prestes a ser lançado o jogo "Horizon Zero Dawn", mas os críticos da Rubber Chicken já o experimentaram. Veredicto? Cinco estrelas: "Não é apenas um jogo obrigatório da PlayStation 4, é já o grande candidato a melhor jogo de 2017 e um dos essenciais desta geração".

Dois aperitivos até chegarem os Óscares, no domingo:

Daqui a poucas horas vamos saber o que é que a NASA descobriu em planetas para lá do Sistema Solar. A conferência de imprensa está marcada para as 18h.

E são estas as notícias que tem de saber para começar o dia. Já sabe que pode sempre vir ter connosco aqui.
Até já!
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