quarta-feira, 31 de maio de 2017

Eu, Psicóloga: Pesquisa indica: preferimos não receber "spoilers" da própria vida

Pesquisa mostra que saber o futuro pode trazer mais angústia do que alívio, mesmo quando se trata de uma boa notícia.

 


Uma nova pesquisa publicada no periódico Psychological Review mostrou que as pessoas preferem permanecer ignorantes quanto a eventos futuros.

O estudo fez perguntas a um grupo de aproximadamente duas mil pessoas, da Espanha e da Alemanha. Nos resultados gerais, de 85 a 90% preferia não ter nenhum conhecimento em relação a eventos negativos, como por exemplo, a morte de um parente próximo. Surpreendentemente, 40 a 70% dos entrevistados também não gostariam de saber sobre acontecimentos positivos, mesmo se tratando do presente que receberiam no Natal.

Segundo os cientistas, isso acontece porque a maioria sente que se arrependeria de saber a resposta, preferindo evitar qualquer tipo de apreensão ou sensação ruim. Outro fator curioso é que justamente os que escolheram não saber sobre o futuro tendem a evitar quaisquer riscos, e são os que mais adquirirem seguros de vida. Isso comprova a teoria de que as pessoas preferem fazer escolhas que previnam algum arrependimento futuro a realmente saber qualquer coisa por antecipação.

Curiosamente, a única informação que a maioria das pessoas se permitia ter acesso era conhecer o sexo de um bebê que está para nascer. Em torno de 37% das pessoas apenas escolheram ficar no escuro quando colocadas nesse tipo de situação.


"Na mitologia grega, Cassandra, filha do rei de Tróia, possui o poder de prever o futuro. Mas ela também havia sido amaldiçoada e ninguém acreditava em suas profecias. No nosso estudo, percebemos que as pessoas prefeririam não possuir os poderes que fizeram Cassandra famosa, na tentativa de não passarem pelo sofrimento que esse dom pode trazer, evitarem o arrependimento e aproveitarem o prazer que a surpresa de receber notícias boas podem oferecer", conclui um dos autores do estudo, Gerd Gigerenzer, do Instituto Max Planck para Desenvolvimento Humano.

Debora Oliveira

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