segunda-feira, 9 de abril de 2018

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Bom dia! Foi bom, o fim-de-semana?
Estas são as primeiras notícias desta segunda-feira:

Trump reagiu ao novo ataque sírio com armas químicaso presidente responsabilizou o regime de Assad, a Rússia e o Irão pelo que aconteceu num subúrbio de Damasco, onde 70 pessoas sufocaram até à morte. Como explica a Sofia Lorena, "as imagens são aterradoras e lembram outras imagens, outras crianças mortas em fila, algumas crianças vivas, com máscaras para as ajudar a respirar".  A reacção da América e de França fizeram disparar as hipóteses de uma intervenção na Síria, admite o Washington Post. Coincidência ou não, esta noite terá havido este bombardeamento, provocando 14 mortos na capital.
Na Hungria, Viktor Orbán foi reeleito com maioria qualificada. Numas eleições com participação recorde, nem a revelação de suspeitas de corrupção envolvendo figuras do partido acabou por penalizar a terceira maioria absoluta consecutiva. Se o que ia a votos era a guerra santa de Orbán contra Soros e a “imigração ilegal”, quem venceu foi o populismo xenófobo e quem perdeu foi, também, a Europa.
Para o PT, a prisão de Lula não é o fim da candidatura à presidência. O novo quartel-general dos apoiantes de Lula da Silva passou a ser Curitiba, onde já está montado um acampamento. Mas se o apoio é incondicional, a imprensa brasileira dá conta de um debate interno entre os que defendem a continuidade de Lula na “chapa” eleitoral e os que pedem um “plano B” para as presidenciais de Outubro. O grande entrave à candidatura chama-se Lei da Ficha Limpa.
O Sporting jogou e o resultado foi este: o presidente do clube foi mesmo até ao fim no desafio ao plantel, mas acabou por ser assobiado em pleno Alvalade XXI, antes e depois da vitória frente ao Paços de Ferreira. Podemos assim dizer que o marcador da crise ficou Jogadores 1, Bruno Carvalho 0, com Jorge Jesus a pôr-se ao lado de quem ganha - e com o presidente a chamar nomes a quem o elegeu. É caso para dizer que o caso ainda vai no adro.
Um morto em despiste de autocarro que vinha de viagem de finalistas. O autocarro vinha do Sul de Espanha e capotou no IP2, num troço “com muita sinistralidade” e condições atmosféricas adversas. Mais de 30 pessoas ficaram feridas.

O que marca o dia

O aviso de Centeno, na semana do Programa de Estabilidade: o rigor vai continuar, "para que os resultados conquistados não sejam efémeros", diz numartigo exclusivo para o PÚBLICO. O que leva o Vítor Costa a perguntar no Editorial: para quem fala Mário Centeno? Sobre este tema, quem também acrescenta um ponto é o Ricardo Cabral.
A ideia de Centeno para Marcelo e os partidosera "adequado" juntar europeias e legislativas em 2019.
A clarificação de Jerónimo: o PCP critica o Governo, mas não quer a ruptura. O Bloco, por seu lado, concretiza um aviso sobre pensões antecipadas.
A ideia do Governo para as aldeias de riscodar-lhes planos de evacuação e locais de refúgio, cerca de 6 mil, para evitar novas tragédias com incêndios. O programa é lançado hoje e abrange 189 municípios. E pelo meio traz aumentos para os bombeiros.
Um dado novo sobre a realidade nas escolasem 19 anos duplicou o número de ciganos na escola obrigatória, conta com detalhe a Ana Cristina Pereira. Sobre o tema, o ministro da Educação diz-nos isto: "O abandono precoce das raparigas não é inevitável".
Um novo concurso para professores: uma votação na 6ª-feira deu este resultado: milhares de professores vão ter de mudar de escola outra vez. O Ministério assusta-se, mas promete fazer o que puder para não atrasar o próximo ano lectivo.Marcelo vai dar uma mão.
Uma actualização de dados no sarampo: o número de infectados desde Fevereiro subiu para 105.
E outra na banca"O grosso dos problemas" do Novo Banco está em 44 créditos, diz António Ramalho ao Negócios.

Ler devagar

1. O que está em causa no processo Lula? O ex-Presidente brasileiro entregou-se e gerou, até entre nós, reacções muito díspares ao que se passa no Brasil. O Manuel Carvalho fala de um país em grave deriva institucional; a Teresa de Sousa acha que também foi Lula quem matou o seu mito; o Jorge Almeida Fernandes de "uma sociedade polarizada, em que se combinam a judicialização da política, a paralisia do poder político e a degradação dos partidos"; e o Vicente Jorge Silva de uma telenovela que virou tragédia. Entre todos, há um painel de luxo - e também este consenso: o Brasil está mesmo no fio da navalha. E agora, Brasil? - pergunta o Rui Tavares. 
2. A manhã gelada em que Portugal perdeu a guerra. Na madrugada de 9 de Abril de há 100 anos, o frágil Exército português teve de enfrentar uma poderosa ofensiva dos alemães nos campos húmidos e gelados da Flandres francesa. Em poucas horas, o destino dos 20 mil soldados que defendiam uma linha de dez quilómetros dividia-se entre a morte, a prisão ou a fuga. Foi um desastre que o caos da República e a incúria do Exército ajudam a explicar, conta o Manuel Carvalho noP2, no dia em que Marcelo e Costa lhes prestam lá homenagem.
3. Nesta aldeia o tempo é outra coisa e o barro é para todos. Na Lousã há uma aldeia de xisto que esteve abandonada e hoje tem alojamento e uma escola de artes aberta a todos. Na Cerdeira os dias passam mais devagar e ganha-se a serra, o vale. Para os que gostam de experimentar, há cursos de cerâmica, desenho e muito mais. Tudo para nos ligar à terra, à água, aos carvalhos e castanheiros. A Lucinda Canelas deixa uma visita guiada, na Fugas.
4. Béla Guttmann, o abençoado. Há seis décadas que os adeptos do Benfica se apoquentam com a maldição de Béla Guttmann, mas foi preciso um judeu apaixonado para conhecermos a sua história. Com a biografia de David Bolchover os mitos e mistérios em redor da lenda começam a ser derrubados. O que se revela éuma estarrecedora fuga da morte, enquanto dançava com ela. O Rui Catalão conta-nos porquê, no ípsilon.

A agenda de hoje

Marcelo e Costa juntam-se a Macron nas comemorações do centenário da Batalha de La Lys. Enquanto por cá o MAI lança os projectos “Pessoas Seguras” e “Aldeia Segura”, centrais no combate aos fogos deste ano. Hoje também, a Fenprof promete contestação, numa conferência de imprensa sobre  o impasse na contagem do tempo de carreiras dos professores.
Os partidos também têm agendas marcadas: o BE reúne-se com economistas para falar de investimento; o CDS chama Adriano Moreira para uma conversa sobre Europa.
Nos tribunais, temos a leitura da Decisão Instrutória do Processo dos Comandos; assim como as alegações finais dos vistos Gold; e a continuação do julgamento daOperação Fizz
Se ainda tiver uns minutos, deixo-lhe o link para o novo programa do PÚBLICO. A conversa é Sem Filtro - e não apenas no nome. 
Dia bom, uma óptima semana!

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