“A Sustentabilidade Local e Prevenção de Riscos Naturais” esteve em debate no auditório da Biblioteca Municipal de Cantanhede, em 7 de abril, no âmbito de um seminário organizado pelo Centro Local de Aprendizagem da Universidade Aberta. A iniciativa contemplou a abordagem de várias matérias em três painéis temáticos propondo pistas de reflexão sobre questões específicas, a partir da análise de estudos e trabalhos de campo, no âmbito da licenciatura em Ciências do Ambiente do Departamento de Ciências e Tecnologia daquela instituição de ensino superior.
Na sessão de abertura, a presidente da Câmara Municipal, Helena Teodósio, começou por referir que “há muitas e boas razões para estarmos satisfeitos com a presença da Universidade Aberta em Cantanhede, tanto mais que a formação, o conhecimento e o saber são fatores determinantes para acompanharmos as alterações tecnológicas e socioculturais no sentido de promover o desenvolvimento sustentável”. Recordando que o Centro Local de Aprendizagem de Cantanhede abrange também os concelhos de Águeda, Anadia, Figueira da Foz, Mealhada, Mira, Montemor-o-Velho, Mortágua, Oliveira do Bairro, Penacova, Soure e Vagos, a autarca enfatizou “a função sociocultural do núcleo, na perspetiva de que facilita a quem vive nestes concelhos o acesso a cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento ou a formação específica e especializada em várias áreas, o que, ao permitir alargar o leque de competências dos cidadãos, influencia positivamente o progresso das comunidades”.
Sobre o tema do seminário, a líder do executivo referiu que “a mobilização em torno dos objetivos de sustentabilidade depende muito da confiança dos cidadãos relativamente às políticas públicas e aos processos de decisão”, razão pela qual o Município de Cantanhede investe “na contínua atualização dos modelos de intervenção e das respetivas práticas, de modo a estimular a crescente participação dos munícipes e dos agentes económicos e socioculturais nesse processo”.
Essa aposta incide em todos os planos da atividade camarária, adiantou a presidente da Câmara Municipal, “incluindo a prevenção de riscos naturais, domínio em que a autarquia de instrumentos de ordenamento do território e de gestão urbanística atualizados, bem como de ações, práticas e procedimentos devidamente protocolados para dar resposta às situações”. A este respeito, Helena Teodósio lembrou “o inventário rigoroso das zonas de cheia, a aplicação de normas específicas estabelecendo o afastamento das construções relativamente às linhas de água e, ao nível das medidas de prevenção e proteção, as operações de limpeza e valorização dos cursos naturais de drenagem hídrica, como as que foram recentemente concluídas pelo Regimento de Engenharia N.º 3 do exército”.
Ao nível do planeamento para a prevenção de riscos, a presidente líder do executivo referiu ainda, entre outros aspetos, a nova versão do Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil e a atualização em curso do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios, enaltecendo “o papel do Gabinete Técnico Florestal e do Serviço Municipal de Proteção Civil na salvaguarda dos recursos florestais do território. O Município de Cantanhede está verdadeiramente empenhado na valorização e defesa da floresta, numa lógica de criação e aproveitamento de sinergias que possibilitem o desenvolvimento de uma floresta sustentável e geradora de riqueza para a comunidade”, sublinhou.
Terminada a sessão de abertura, o seminário prosseguiu com um painel moderado pelo vice-presidente da Câmara Municipal, Pedro Cardoso, sobre “Prevenção de Riscos a Nível Local”, no âmbito do qual foram abordadas temáticas como “Perigos Naturais”, “Diversidade de Abordagens no Estudo de Riscos Naturais” e Instrumentos para a Redução de Riscos a Nível Local”. O segundo painel consistiu numa mesa redonda sobre “A Floresta Autóctone e a Prevenção de Riscos Naturais” e o último foi dedicado à apresentação de trabalhos de campo realizados por alunos da licenciatura em Ciências do Ambiente, designadamente “Transformar Resíduos em Matéria-Prima. Resíduos do Ouro/Ouro Puro”, “Geodiversidade da Nossa Terra. Geossítios da Serra de Sicó”, “As Feiras e sua Importância na Revitalização das Localidades. Estudo de Caso: Caracterização da Realidade da Feira da Espinheira”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário