quinta-feira, 16 de abril de 2020

Pedro Siza Vieira: “Ajudas do Estado a empresas a fundo perdido serão impostos mais tarde”

Ajudas do Estado a empresas a fundo perdido serão impostos mais ...
Ministro da Economia diz que o Estado não pode pagar os compromissos das empresas à custa dos contribuintes e a fundo perdido.
O ministro da Economia, Pedro Siza Viera, descartou, na quarta-feira, a possibilidade de o Estado ajudar as empresas a pagar os compromissos decorrentes da pandemia a fundo perdido, advogando que "despesa do Estado agora são impostos" mais tarde.
"Acho muito difícil. Não podemos pensar que conseguimos pagar os compromissos das empresas a fundo perdido e à custa do contribuinte. Despesa do Estado agora são impostos amanhã", sustentou o governante, na quarta-feira à noite, durante o programa Grande Entrevista, na RTP3.
O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital considerou que é importante, nesta altura, "aliviar aquilo que são os compromissos" das empresas e, ao mesmo tempo, arranjar forma de as manter "em funcionamento, mesmo que neste estado de hibernação", por causa da pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus.
Pedro Siza Vieira rejeitou as críticas do presidente da Confederação Empresarial (CIP), António Saraiva, de que ainda não tinha chegado dinheiro às empresas através das linhas de crédito anunciadas pelo Governo.
O ministro disse que "na linha de 400 milhões de euros já chegou dinheiro" às empresas, referindo-se ao mecanismo de auxílio criado pelo Governo ainda antes de ser exigido uma autorização da Comissão Europeia para ajudas do Estado.
Siza Vieira explicitou também que "linhas para três mil milhões de euros", que serão, posteriormente, "alargadas para seis mil milhões de euros", já se encontram nos bancos e que "já existem pedidos de crédito apresentados por mais de duas mil empresas".
Segundo o governante, existem igualmente "linhas de crédito aprovadas pelo sistema público de garantias concedidas para operação" no valor de 430 milhões de euros, sublinhando que "agora falta uma coisa essencial, que é conseguir fazer com que esse dinheiro chegue à caixa das empresas".
Destacando que é necessário que os bancos o "façam rapidamente", o ministro da Economia garantiu que estes pedidos de financiamento estão a ser mais céleres.
"Já tenho bancos que me dizem que, entre a aprovação e a contratação é possível passar quatro dias e no dia seguinte haver a transferência", assegurou.
Lusa

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