sexta-feira, 27 de julho de 2018

Um criador torrencial, um líder comunitário, um mestre do seu ofício

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Ipsilon
 
 
  Vasco Câmara  
 
A partir de hoje, o 35º Jazz em Agosto é dedicado a este músico múltiplo, ícone do jazz, da avant-garde, da música experimental. É esse John Zorn, 64 anos, que veremos na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, das mais diversas formas, em concertos ou em filmes, até 5 de Agosto.
No concerto de abertura, hoje às 21h30, junta-se a Thurston Moore e a vários músicos para uma sessão de improvisação livre. Esses músicos e outros, todos influenciados por Zorn, aparecerão na Gulbenkian ao longo dos dias seguintes. “Ele tinha, e tem, o desejo de acomodar magia no intercâmbio de uma criatividade comunal. Nem toda a gente faz isto. Quase ninguém faz isto, na verdade”, diz Thurston Moore, o guitarrista dos Sonic Youth, a Mário Lopes. O universo Zorn em expansão aqui...
Hoje também, mas em Sines, um músico fundamental na cena londrina que injectou punk e música arábicas no vocabulário jazzístico leva os seus Sons of Kemet ao Festival Músicas do MundoShabaka Hutchings. Gonçalo Frota falou com ele, ele quer lembrar as Caraíbas e tombar os mitos.
Duas primeiras obras, duas vidas diferentes, contadas, respectivamente, por Nuno Pacheco e Pedro Gomes: o jovial Namoro com o fado de Teresinha Landeiro os 42 anos que Clothilde precisou para chegar a um disco raro chamado Twitcher.
Paulo Moura, jornalista em regime free lance depois de mais de duas décadas ao serviço deste jornal, relata a Mário Santos os dez dias que passou em Mossul Ocidental, há um ano, numa casa com vista para as ruínas do Estado Islâmico. Moura deu a uma reportagem o fôlego de um livro: Uma Casa em Mossul. A conversa nas nossas páginas centra-se sobre princípios da cartilha e da prática de Moura, alguém que credita no “momento propício” e na “imersão” como chaves do jornalismo “bem feito”. Oiçam-no: "Dou importância a esse lado subjectivo da reportagem, conceito que para mim está muito ligado ao conceito de viagem, mesmo que não seja viajar para muito longe O repórter não é alguém que vai apenas registar factos e observar para depois fazer um relatório factual, estatístico ou quantitativo das coisas. Interpreta, e interpretar implica pensar, sentir, emocionar-se, etc.” Os dez dias que quase abalaram um repórter foram assim...
Espreitem a edição impressa do suplemento. Vejam o que por lá faz Cristiano Ronaldo...

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