Intervencionado em Setembro de 2016 devido a sua insustentabilidade financeira o Moza transformou-se pela batuta do banqueiro João Figueiredo que no seu primeiro exercício económico de gestão, assumiu a presidência em Junho de 2017, facturou 1.857.532.000 Meticais e melhorou o resultado líquido em 47 por cento passando do 1,5 bilião negativo para 768 milhões de Meticais negativos.
A instituição financeira que é controlada pelo Banco de Moçambique, através do Fundo de Pensões dos seus trabalhadores, reporta que: “A evolução anual da margem financeira é resultante de um maior crescimento de depósitos de Clientes face ao crédito concedido, 39 por cento e 20 por cento, respectivamente”.
Contudo, no Relatório e Contas analisado pelo @Verdade, também admite que “A evolução desfavorável da margem financeira comercial foi atenuada pelo crescimento da margem de aplicações financeiras no Mercado Monetário Interbancário, derivado do aumento da carteira de aplicações no MMI em cerca de 69 por cento face a 2017, reflectindo a estratégia do Banco em aplicar o excesso de tesouraria em activos de elevada liquidez e reduzido risco”.
O @Verdade constatou que os “activos de elevada liquidez e reduzido risco” nos quais o Moza investiu são títulos de dívida pública interna que o Governo de Filipe Nyusi tem vendido para financiar os seus deficitários orçamentos de Estado.
A carteira de Títulos do Tesouro do Moza, fundamentalmente Bilhetes do Tesouro que são remunerados com base às altas taxas de juro definidas pelo Banco de Moçambique, aumentou de 2,2 biliões em 2017 para 5 biliões no exercício de 2018.
Além de investir na dívida pública interna o Moza Banco investiu também na dívida pública externa e continua a manter a dívida da EMATUM, que avalia em 883.828 Meticais, na sua carteira de activos financeiros.
Aliás o Moza continua a ser credor das principais empresas públicas e indica nas suas contas de 2018 empréstimos de 3,8 biliões de Meticais para Instituições Públicas.
Portanto, tal como os restantes bancos comerciais, a Política Monetária que tem sido implementada desde 2016 pelo Banco de Moçambique para supostamente minimizar os efeitos da crise económica que o povo enfrenta tem rendido lucros bilionários também ao Moza, que paradoxalmente tem como accionista o próprio regulador das elevadas taxas de juro.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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