sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Presidente de Moçambique promete “trabalho, trabalho, trabalho” mas joga golfe em horário de expediente

Foto da Presidencia da República
Um dia após prometer “dar o exemplo de trabalho, trabalho, trabalho” Filipe Nyusi foi jogar golfe em pleno horário normal de expediente. Mas este não é o único contrassenso do discurso de investidura para o seu 2º mandato como Presidente da República de Moçambique.
Discursando após a investidura para 2º mandato Filipe Nyusi declarou que: “Como Presidente de todos os moçambicanos exorto para que a nossa agenda de mantenha a de desenvolver Moçambique e o compromissos presente de cada um de nós seja: Kazi, kazi, kazi; Nteko, nteko, nteko; Mabassa, mabassa, mabassa; Nrito, ntiro, ntiro”.
“Eu, cidadão Filipe Jacinto Nyusi, vosso Presidente, sou o primeiro a prometer e a dar o exemplo de trabalho, trabalho, trabalho!” prometeu ainda na Praça da independência nesta quarta-feira (15).
No entanto nesta quinta-feira (16), num país sem Governo e sem planos concretos de desenvolvimento aprovados, o Presidente Nyusi foi jogar golfe em pleno horário normal de expediente. Pior arrastou consigo outros funcionários públicos, a juíza presidente do Conselho Constitucional, o edil da Cidade de Maputo, o PCA dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique, que deveriam estar a trabalhar na agenda de desenvolvimento de Moçambique.
Esta atitude o Chefe de Estado é também um contrassenso a aposta desportiva que prometeu durante o seu discurso de investidura. “Neste mandato continuaremos a incentivar o desporto apostando na sua promoção nas escolas, na formação e na identificação, acompanhamento e acarinhamento de talentos. Prevalece o nosso desejo de elevar o expoente de resultados internacionais para níveis jamais vistos, proeza que foi atingida no mandato que hoje terminou”.
Praticado por cerca de uma centena de moçambicanos o golfe é uma modalidade que nunca deu nenhum resultado internacional ao nosso país e é pouco provável que seja ensinado nas escolas como Nyusi, referiu no seu discurso, afinal por tradição é praticada pelas elites.
Contrassensos na agricultura no combate à corrupção
Mas este não foi o único contrassenso do seu discurso da investidura. O Chefe de Estado proclamou “como emergência nacional o combate à pobreza, através de investimento na agricultura. Para alcançar este objectivo, o meu governo irá mobilizar recursos e alocar 10 por cento do seu orçamento para este sector, num compromisso sem precedente em Moçambique”.
Acontece que o Governo de Filipe Nyusi clamou, em 2019, que a Agricultura recebeu 11 por cento do seu Orçamento de Estado.
Foto da Presidencia da República
Ainda na Praça da Independência o Presidente moçambicano prometeu que no novo ciclo continuará “a combater a corrupção em todas as suas vertentes (...) Não haverá tréguas na nossa luta contra este mal. Não haverá pequenos e grandes corruptos, tocáveis e intocáveis. Neste exercício de combate à corrupção nos distanciaremos dos que pretendem substituir a acção institucional da justiça por uma operação de caça às bruxas”.

No entanto o facto é que os responsáveis políticos pelo maior caso de corrupção de que há memória em Moçambique estão intocáveis e, a julgar pelas palavras de Filipe Nyusi continuarão sem serem responsabilizados por endividarem inconstitucionalmente os moçambicanos.
Outro contrassenso no discurso de investidura foi a promessa que “o Governo irá promover a constituição de uma instituição financeira de desenvolvimento, com participação significativa do Estado, para financiar, em termos concessionais de prazo e de juro, empreendimentos e negócios do sector privado, incluindo linhas de crédito para as Pequenas e Médias Empresas e as necessárias garantias”.
Na verdade já existe um banco de desenvolvimento e que tem como mandato justamente o tipo de financiamentos que Filipe Nyusi promete mas não concretiza.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique

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