quarta-feira, 28 de junho de 2017

Os incêndios da nossa vergonha, a solidariedade é o nosso orgulho

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Na Venezuela, um helicóptero atirou contra o Supremo Tribunal, que tem estado no centro da disputa política, defendendo o Governo. Nicolás Maduro diz se tratou de um "ataque terrorista". As pistas apontam para um polícia insubmisso. A BBC faz a síntese e mostra um vídeo que corre nas redes sociais.
Um ex-colaborador de Trump recebeu milhões da Rússia. O nome a decorar é Paul Manafort, foi o director de campanha de Trump, e admitiu esta noite ter recebido 17 milhões de dólares por ter defendido um partido ucraniano pró-russo, com ligações ao Kremlin. Manofort esteve ainda alguns meses na Casa Branca, mas teve que se demitir devido a suspeitas sobre negócios deste tipo. A notícia está no NY Times.
Na América, anote a divisão entre os republicanos. O partido de Trump não se entendeu e adiou a votação sobre o projecto para revogar o Obamacare. E a razão é muito fácil de perceber. 
Aqui na Europa, uma mega operação contra o jihadismo levou à detenção de pelo menos seis pessoas. A operação passou por Espanha, Reino Unido e Alemanha e está relacionada com a captação, propaganda e o envio de combatentes para a Síria e Iraque.

Notícias do dia

Os incêndios da nossa vergonha. Porque o passa-culpas já vai no adro. O SIRESP diz que o sistema "esteve à altura", contrariando a Protecção Civil e os bombeiros da região. A secretaria-geral do MAI critica a Protecção Civil e a PSP. Isto é o oficial. Porque o que está nas entrelinhas é isto também: o mesmo relatório do SIRESP mostra que, nas horas decisivas, 22,3% das chamadas falharam, como explica a Liliana Valente. E quanto ao Governo, tem desde que entrou em funções um relatório da KPMG com muitas recomendações para mudar o sistema. Mudou? Não sabemos. E para já Marcelo, o Presidente, fica em silêncio.
A solidariedade faz o nosso orgulho. Valha-nos isto, no meio da tragédia: o concerto solidário de ontem à noite arrecadou mais de um milhão de euros para as vítimas de Pedrógão Grande. Foi bonito, até visto das redes sociais.
A nossa manchete de hoje não é, infelizmente, uma história feliz: os mais pobres são quem mais espera por consultas e tratamentos no SNSconta a Romana Borja-Santos, antecipando o relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, que é apresentado hoje.
E desfiando mais problemas, hoje temos: um erro detectado... na correcção do exame de matemática do 9º ano; os enfermeiros a fazer vigílias e avisando que vão "parar blocos de parto"; e drones a voar "sem rei nem roque" - na versão dos spotters do aeroporto. Isto para além do Montepio, se tivermos em conta este alerta.
Depois, as soluções (ou tentativas de solução)para os drones, os especialistas só têm uma palavra - "registo"Para evitar uma greve de enfermeiros, o Governo começou a fazer escalas; para os exames, e para os 30 mil jovens identificados fora do sistema, o Governo ainda procura mais do que uma palavra.
Boas notícias, mesmo assim, sobre as três instituições portuguesas que estão no top 50 do mundo, nas respectivas áreas científicas; para os 15 mil que vão ter reformas sem cortes a partir de Outubro; também para os senhorios, que podem ter um desconto no IRS se fizerem arrendamento de longa duração (conta o Negócios de hoje); e para alguns investidores do Novo Banco, que podem escapar hoje a perdas na troca de obrigações (anota o Eco).
E há mais uma polémica que não acaba: a IGF considerou “improvável” mão humana no “apagão” de 10.000 milhões para offshores - mas o Governo  levanta novas dúvidas e faz chegar relatório ao Ministério Público. O Pedro Crisóstomo faz a síntese (e promete não largar o caso até percebermos tudo muito bem).

A agenda de hoje
  • António Costa regressa aos concelhos do grande incêndio, para falar com os autarcas;
  • Mais tarde, às 15h00, há debate quinzenal na Assembleia sobre a tragédia;
  • E logo depois, a ministra da Administração Interna vai à comissãoparlamentar, prestar esclarecimentos aos deputados; 
  • Há uma manifestação nacional de polícias, convocada pela Associação Sindical da PSP para as 17h30;
  • Em Sintra, termina o encontro anual do BCE - onde ontem Mario Draghi deixou umas pistas sobre as suas preocupações com a economia europeia neste momento;
  • Em Londres, Theresa May e Jeremy Corbyn enfrentam-se na Câmara dos Comuns, pela primeira vez desde as legislativas.

E ainda...

Pois é, hoje volta a ser dia de Portugal. Porque a selecção nacional joga a presença numa inédita final da Taça das Confederações, uma competição que acabou por sair melhor do que prevíamos, como explica o editor de Desporto do PÚBLICO. No meio da tragédia que vimos e sentimos, vai saber bem voltar a torcer pelos nossos homens e gritar por Portugal, neste jogo contra o Chile. E já sabe bem ouvir Fernando Santos dizer isto assim: “Com estes jogadores vou até ao fim do mundo”. Nós também, Fernando. Torcemos por vocês, mais logo, a partir das 19h00.
Para si fica aquele abraço - e a promessa de que não largaremos o posto de comando, para que saiba tudo o que se vai passar.
Tenha um dia bom, dia feliz. Até já!

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