sexta-feira, 3 de novembro de 2017

O Urban Beach fechou. E o assédio (será o início de uma revolução?)

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Bom dia! 
Vamos actualizar as últimas notícias?

Durante 11 minutos, Donald Trump não existiu. Pelo menos no TwitterFoi apenas o último acto de um funcionário da empresa - no dia da despedia -, mas a mensagem ("that page doesn't exist") soube a Natal antecipado a muitos utilizadores.
Uma chuva de denúncias contra Kevin Spacey: em declarações à CNN, oito actuais e antigos membros da equipa de produção da série relataram um padrão de assédio sexual do actor que, acusam, tornou o ambiente de trabalho tóxico - principalmente para os mais jovens. O tema é o nosso destaque do dia, pelo que já voltarei a ele.
O Daesh reclamou a autoria do atentado de Nova Iorque (por ironia, no dia em que perdeu a sua última grande cidade, em território sírio). A investigação suspeita que o autor do atentado planeou um massacre na ponte de Brooklyn.
Metade do (ex-)governo catalão foi mandado para a prisão. Ainda em Barcelona, a Sofia Lorena fala no regresso das manifestações e num Puigdemont que se anuncia como "presidente legítimo". Esta manhã, o El Pais explica o que alega o juiz: em castelhano diz-se una estrategia perfectamente organizada.
No futebol, registo para a Vitória do... Vitória (e não era fácil contra o Marselha); e para um ponto importante do Braga na Bulgária. Na Liga Europa já há cinco equipas apuradas para os 16 avos-de-final.

O que marca o dia

O Governo mandou encerrar a discoteca Urban Beach. A decisão chegou esta madrugada, depois da divulgação de um vídeo que mostrava seguranças a agredirem dois jovens à entrada do estabelecimento - assim relatado por uma das vítimas. E também depois da Câmara ter pedido uma reunião urgente à PSP. E depois do Bloco e CDS terem exigido a suspensão da discoteca. Foi às três da manhã.
Os crimes de Aguiar da Beira começam a ser julgadosa cronologia da fugade Pedro Dias ainda está bem viva na nossa memória e o caso chega a tribunal um ano depois. A Mariana Oliveira, consultando o processo, conta-nos como Pedro Dias tinha códigos para comunicar em situação de fuga. E dá-nos conta dos pedidos de indemnização que pedem as vítimas e suas famílias.
A consultar a Operação Marquês está a Ana Henriques, que viu agora o que disse o motorista de Sócrates: “Aquilo não veio de bancos, vem do esconderijo”.
Também chegará o dia em que o incêndio de Pedrógão vai a julgamento. A Liliana Valente conta hoje que falharam 537 chamadas na hora em que morreram as pessoas.
A propósito, o actual Governo é acusado de aprovar mais eucaliptos do que o anterior. Foram 57% contra 43% ao tempo de Passos Coelho, dizem duas associações ambientalistas.
Do debate orçamental de ontem sobrou esta dúvidaquanto dinheiro virá para a floresta?
Haverá dinheiro para isto: os precários "ignorados" por dirigentes terão uma segunda oportunidade para entrarem no Estado. Se lhe for útil, a Raquel Martins deixou-nos um guia prático.
Oportunidade nova também para a EDP: a venda da rede de distribuição de gás em Espanha deu um empurrão às contas da empresa e um trunfo para abater dívida.
E uma outra para os lesados da PT/Oi, que já começaram a receber parte da dívida, diz hoje o Negócios

Uma pausa para ler... 

Trabalhos que nos orgulham, para ler agora ou durante o fim-de-semana:
1. Um mês de escândalos ou o início de uma mudança cultural? Tudo começou com Harvey Weinstein, mas está longe de acabar. Tudo começou em Hollywood, mas já provocou a demissão de um ministro britânico e atingiu vários responsáveis em diferentes sectores. Milhões de mulheres (e homens) dizem “Me Too”, "mas será que esse mundo está preparado para mudar?" - pergunta a Joana Amaral Cardoso, no texto de arranque do destaque do PÚBLICO. Em Portugal, o assédio sexual continua invisível. Mas, diz a Aline Flor, se a "importunação sexual" gera dois inquéritos por dia, o assédio vai além disso. "A culpa não é deles, é nossa", conclui o Diogo, num oportuno Editorial. Dá que pensar, verdade?
2. "Bancarrota espiritual e moral": o alerta de António Damásio. O neurocientista, um dos portugueses mais reconhecidos no mundo, lança hoje o seu novo livro. Chama-se A Estranha Ordem das Coisas. E nós pedimos-lhe para fazer uma pré-publicação. Este capítulo chama-se “A crise”. Mas, aviso, é da nossa, interior, que ele nos quer falar.
3. "A literatura parece viver o seu delicado crepúsculo". Milton Hatoum é um dos mais importantes escritores brasileiros da actualidade. Tornou-se sobretudo conhecido pelo romance Dois Irmãos, que no Brasil deu origem a uma minissérie produzida pela Globo e a uma novela gráfica. Passou por Lisboa e por Óbidos, onde participou no festival internacional de literatura Folio, pouco tempo depois de ter lançado no Brasil o seu mais recente romance, A Noite da Espera — o primeiro volume da trilogia O Lugar mais SombrioNesta conversa com o José Riço Direitinho falou de literatura, dos emigrantes que lhe enchem dois romances, do Brasil e da situação política actual.
4. Lu Nan já nos levou do Inferno ao Paraíso (e diz que isto é só o começo). No texto que faz a belíssima capa do ípsilon de hoje, o Sérgio B. Gomes começa assim: "Pela descrição de Lu Nan, o espaço era muito comprido. Talvez um corredor. De um lado uma fila de janelas, do outro uma parede. O fotógrafo abriu os braços para demonstrar como a passagem era estreita. E para lembrar uma situação que viveu em 1989, logo na primeira vez que entrou num hospital psiquiátrico para fotografar". A partir daí, a sua lente focou-se no mais importante: as pessoas. A exposição dele, Trilogia 1989-2004, está agora no Museu Berardo. O texto do Sérgio é uma incrível visita guiada pela emoção que nos provoca.

Agenda do dia

Hoje o Parlamento vota o Orçamento para 2018 - ainda só na generalidade -, no mesmo dia em que a DBRS faz a revisão do rating de Portugal (virá mais um upgrade?). Mais uma coincidência: o INE vai mostrar o índice de bem-estar, precisamente quando a Apple põe à venda o novo iPhone
Será também um dia agitado em alguns tribunais, porque é dia de julgamento de Pedro Dias, o fugitivo mais famoso do ano, e da audição ao polémico juiz Neto de Moura, no Supremo. 
José Mourinho vai a Madrid, para ser também ouvido em tribunal - por suspeita de fraude fiscal. Enquanto Trump começa uma viagem mais longa, rumo à Ásia, com paragem prévia em Pearl Harbour.
Porque hoje é sexta-feira, deixo-lhe o nosso Podcast do dia, hoje com um convidado muito especial: é o Luís Pedro Nunes, o eterno director do Inimigo Público - o emprego que o impediu de ser "um guru sexual na Índia". Como é que vocês dizem lá no IP, oh Luís Pedro? "Se não aconteceu, podia ter acontecido", certo? ;)
Fica um abraço enorme para si,
dia bom e excelente fim-de-semana!
Dia feliz e produtivo!
Até quinta-feira.

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