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David Dinis, Director
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Bom dia! Chegámos à beira do fim-de-semana,
com estas notícias pela madrugada:
O ex-director do FBI comparou Trump a um chefe da máfia. Num livro que está a ir para as bancas, James Comey diz que o Presidente tem "desapego" à verdade, acusando-o de o ter pressionado para condicionar a investigação às suas ligações à Rússia. A obra que vai irritar Trump chama-se “A Higher Loyalty” - e não é por acaso.
Mike Pompeo deixou uma pergunta por responder no Senado. Nomeado pelo Presidente Trump para secretário de Estado, Mike Pompeo, tentou negar a fama de "falcão" da política externa e confirmou já ter sido ouvido na investigação sobre a questão russa. Ao que não respondeu? A isto: "Vai ser apenas um yes man do Presidente?"
A foto do ano mostra a Venezuela em chamas. O júri do concurso World Press Photo atribuiu o prémio da melhor fotografia de 2017 ao retrato de um manifestante em chamas em Caracas, captado no auge dos protestos contra o presidente Nicolás Maduro. E conta toda uma história. Já os outros vencedores estão aqui.
Sporting ficou a meio caminho das meias-finais. Uma grande exibição dos “leões” frente ao Atlético de Madrid só chegou para uma vitória por 1-0. Não evitou a eliminação da Liga Europa, mas caiu de pé.
O que marca o dia
Um pacto a dois: Governo e PSD já têm acordo sobre os fundos da UE. O primeiro acordo formal ao centro desde 2006 é assinado na próxima semana, com o Governo a deixar para uma pista paralela as conversas à esquerda. Só falta António Costa e Rui Rio decidirem se aparecem juntos na foto, conta a São José Almeida.
Costa não cede à esquerda, mas dá-lhe uma lista de investimentos. No Programa de Estabilidade o défice fica como BE e PCP não querem (talvez por esta razão), mas desta vez, para acalmar os ânimos, Costa e Centeno fizeram uma lista de investimentos "com um prazo de execução e um montante", conta o Observador. Esta noite, Costa pareceu confirmar a notícia, dizendo que vai "aplicar a poupança no essencial".
O Bloco é que não parece estar pelos ajustes: aqui no PÚBLICO, Pedro Filipe Soares explica o porquê; ontem, na TSF, o dirigente Jorge Costa avisou que "o próximo Orçamento, para existir, tem que ter uma maioria no Parlamento". O PCP também não está a gostar.
A porta-voz de Rui Rio para a Justiça é a advogada de Pedro Dias. E companheira de Elina Fraga na Ordem dos Advogados, explica a Ana Henriques. O líder do PSD escolheu seis ex-ministros de Cavaco e de Durão, quatro deputados - e nenhum governante de Passos Coelho. Mas acaba por surpreender com um Governo-sombra que não é assim tão diferente do de António Costa (pelo menos nas estatísticas).
As novas regras das matrículas tentam acabar com as fraudes. O despacho publicado ontem pelo Ministério da Educação obriga à prova de que os alunos vivem mesmo na morada apresentada no acto de matrícula. A pergunta, agora, é se acabam os "estratagemas" ou criam-se "danos colaterais"?
Os bispos admitiram um referendo sobre a eutanásia. Mas avisam que a Igreja se vai bater contra - e que preferem o caminho dos cuidados paliativos.
São as mulheres com mais qualificações quem fuma mais. Um estudo do Instituto Ricardo Jorge dá-nos este dado surpreendente - e um outro que não é tanto: desempregados e divorciados têm consumos mais elevados.
Há 200 milhões disponíveis para deixarmos de ter frio em casa. O Governo lança hoje um novo programa que apoia obras de reabilitação para a melhoria energética nas nossas casas.
Ler mais devagar
1. De olho na Síria, à procura de provas do ataque químico. Trump foi forçado a recuar, depois de demasiados disparos no Twitter. Agora, a ordem no Pentágono é “evitar uma escalada incontrolável”. Mas antes de uma retaliação, as grandes potências do Ocidente procuram provas do crime de Assad. A verdade é que há relatos e vídeos de socorristas, mas só amanhã os peritos vão começar a sua investigação no local. Por agora, a pergunta certa é a que faz a Maria João Guimarães: como provar um ataque químico? E a grande incógnita é a que refere Teixeira Fernandes, neste texto de análise: "Como é habitual em situações de guerra, os relatos são contraditórios e ao sabor dos interesses das partes envolvidas".
2. A ETA acabou. Agora falta Deslegitimar a violência. A Europa vive o sobressalto do provável regresso de jovens que se juntaram ao Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Em Espanha, a semanas do anúncio formal do fim da ETA e com o País Basco a viver "um momento histórico", o desafio é ainda maior: "Os jovens menores de 25 anos não têm informação sobre o que foi a ETA porque não tiveram vivência pessoal dos acontecimentos”, explica Florencio Domínguez Iribarren, jornalista e director do Centro Memorial das Vítimas do Terrorismo. É assim que arranca este trabalho do Nuno Ribeiro: “É necessária esta tarefa de deslegitimação”.
3. O último grande romance do século XXI é de hoje. Uma obra literária tornou-se a obsessão de um tradutor. Manuel Neto estava apostado em mudar a sua vida para dar a conhecer William T. Vollmann aos portugueses. Acaba de traduzir e editar Central Europa, grande exemplar de uma tradição literária que se extinguiu com o século XX. A Isabel Lucas conta a história dele - e a de um escritor que espia a sua culpa em tudo o que escreve. Obsessivamente. Na capa do ípsilon de hoje.
A agenda de hoje
No dia em que o Governo entrega o (quente) Programa de Estabilidade, o Parlamento vota a lei que permite a mudança de identidade de género aos 16 anos - sem garantias de que seja aprovada. E mais 20 diplomas sobre florestas e incêndios, vindos de vários partidos.
Hoje arranca também a jornada decisiva do campeonato: para já, com um Paços-Braga, no domingo com o clássico Benfica-Porto.
Claro que não termino sem duas sugestões para estes dias: aproveitar um protesto para comprar bilhetes mais baratos; e ir ver esta exposição, que o ajuda a ser mais feliz. Chamaram-lhe The Happy Show, que é o que lhe desejo para o fim-de-semana.
Eu despeço-me por aqui.
Até segunda-feira!
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