As Alfândegas de Moçambique apreenderam avultadas quantidades de marfim camuflado em contentores de material plástico reciclável que estava prestes a ser exportada para Cambodja. Neste país asiático, foram confiscados, em Dezembro passado, 1.300 quilogramas de marfim – escondidos em três contentores com toros de madeira –, 10 crânios de um animal, 137 quilos de escamas de pangolim e 82 ossos de diversos outros animais selvagens provenientes de Moçambique, concretamente em Pemba, província de Cabo Delgado.
O produto estava escondido num dos seis contentores de garrafas plásticas prensadas para reciclagem. As alfândegas estimam que a quantidade dos dentes de elefantes apresentada à imprensa, na quinta-feira (12), no Terminal Internacional Marítimo de Maputo (TIMAR), chegue a uma tonelada.
Fernando Tinga, das Alfândegas de Moçambique, disse que o proprietário da mercadoria, ainda não identificado, declarou que se tratava de resina de propileno, mas durante o scanner detectou-se que marfim.
A fonte reiterou que o nosso país proíbe a exportação de dentes de elefantes ou seus derivados. Decorrerem diligências no sentido de se aferir a quantidade exacta do produto apreendido, apurar o número de animais abatidos e os prejuízos que o Estado moçambicano iria sofrer.
Não é a primeira vez que quantidades significativas de marfim são apreendidas em Moçambique. Em Maio de 2015, um cidadão chinês foi surpreendido pela Polícia da República de Moçambique (PRM), num condomínio luxuoso em Tchumene, no município da Matola, na posse de 340 pontas de marfim, o que equivale a 1.160 quilogramas; e 65 cornos de rinoceronte, estes com peso estimado em 124 quilogramas.
O então porta-voz da Polícia, Emídio Mabunda, disse algumas dentes de elefantes ainda tinham sangue fresco, sinal de que determinados paquidermes acabam de ser abatidos. Infelizmente, volvidos alguns dias, os 65 cornos de rinoceronte acima referidos foram roubados nas instalações do Comando Provincial da Polícia, na madrugada de 22 de Maio.
O local estava trancado com três cadeados, cujas chaves estavam confiadas a igual número de pessoas. Até hoje, publicamente não se sabe qual foi o desfecho deste caso.
Cidadãos chineses, os tailandeses e os vietnamitas são os que se destacam no negócio ilegal de marfim em Moçambique, o que dá azo para que se pense que, pese embora a existência duma lei que pune tais actos, ainda falta uma mão dura por parte do Estado, perante um acto que lesa a economia e enriquece redes criminosas.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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