Suspeitos estão colocados de parte de "toda a atividade pastoral".
O bispo do Porto, Manuel Linda, afastou "temporariamente" três padres cujos nomes constam da lista de alegados abusadores sexuais de menores elaborada pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de crianças na Igreja Católica.
"No âmbito da investigação interna sobre os nomes constantes da lista de suspeitos fornecida pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, o Bispo do Porto decidiu afastar temporariamente três sacerdotes diocesanos de toda a atividade pastoral", lê-se num comunicado publicado esta tarde no site da diocese do Porto, liderada por Manuel Linda.
Esta decisão é tomada depois de, na passada sexta-feira, a Diocese do Porto ter anunciado ter recebido uma lista de 12 suspeitos de abusos sexuais de menores, sete dos quais são padres no ativo, prometendo suspendê-los preventivamente se "aparecerem indícios fiáveis" dos crimes.
Além destes sete padres no ativo, quatro já morreram e um já não pertence a esta diocese, esclareceu, na altura.
"Por informação oral do Grupo de Investigação Histórica, ficou-se a saber que as denúncias se reportam às décadas de setenta e oitenta", referiu.
A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica validou 512 testemunhos, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4.815 vítimas. Vinte e cinco casos foram enviados ao Ministério Público, que abriu 15 inquéritos, dos quais nove foram arquivados.
Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, o espaço temporal abrangido pelo trabalho da comissão.
No relatório, divulgado em fevereiro, a comissão alertou que os dados recolhidos nos arquivos eclesiásticos sobre a incidência dos abusos sexuais "devem ser entendidos como a 'ponta do iceberg'" deste fenómeno.
A comissão entregou aos bispos diocesanos listas de alegados abusadores, alguns ainda no ativo.
TSF
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