sexta-feira, 8 de abril de 2016

JOÃO SOARES DEMITE-SE


 
Michał Koziczyński / Wikimedia
O ministro da Cultura, João Soares
O ministro da Cultura, João Soares
O ministro da Cultura, João Soares demitiu-se esta sexta-feira das suas funções no Governo, invocando razões de solidariedade com o executivo. Costa já aceitou.
“Torno público que apresentei esta manhã ao senhor primeiro-ministro, António Costa, a minha demissão do XXI Governo Constitucional. Faço-o por razões que têm a ver com a minha profunda solidariedade com o Governo e o primeiro-ministro, e o seu projeto político de esquerda”, salienta João Soares em comunicado.
No comunicado, João Soares sublinha “o privilégio que representou” para si ter integrado este Governo.
“E ter trabalhado com o primeiro-ministro, a quem agradeço a confiança. Demito-me também por razões que têm a ver com o meu respeito pelos valores da liberdade.Não aceito prescindir do direito à expressão da opinião e palavra“, acrescenta.
O pedido de demisão já foi aceite pelo primeiro-ministro António Costa, que afirmou respeitar a decisão de João Soares.
António Costa indicará, nos próximos dias, um nome de uma personalidade ao Presidente da República, mas assumiu ainda não ter pensado em nomes para substituir Soares no cargo de ministro da Cultura.
“Queria agradecer toda a colaboração que ele deu”, disse Costa, que se encontra no Porto. “Respeito a avaliação e a decisão do dr. João Soares e agradeço o seu empenho e dedicação ao Ministério da Cultura”, referiu o primeiro-ministro.
“Foi um grande vereador da Cultura na Câmara de Lisboa e tenho a certeza que se tivesse tido a oportunidade de prosseguir o seu trabalho durante quatro anos seria conhecido com um grande ministro da Cultura”, afirmou.
Questionado pelos jornalistas sobre a avaliação feita pelo ministro da Cultura na sequência das suas declarações feitas no Facebook, Costa respeondeu: “As coisas são como são. Cabe-me aceitar.

“‘Tempo velho’ na Cultura”

Esta quinta-feira, João Soares reagiu a um artigo de opinião de Augusto M. Seabra escrevendo no seu Facebook que gostaria de encontrar Augusto M. Seabra “e já agora ao Vasco Pulido Valente”, cronistas do Público, para lhes dar “salutares bofetadas”.
António Costa chegou a pedir desculpas pelas “bofetadas” prometidas por João Soares, alertando ainda os ministros de que devem “ser contidos na forma como expressam as suas emoções“, nomeadamente nos “novos espaços comunicacionais”, como as redes sociais, que “não são de conversa privada nem reservada e tornam-se naturalmente públicos”
“Enquanto membros do Governo, nem à mesa do café podem deixar de se lembrar que são membros do Governo”, afirmou António Costa à entrada para o Teatro da Comuna, em Lisboa, para assistir à estreia da peça “O Último dos Românticos”.
Não comentando se mantinha ou não a confiança no ministro, Costa pediu também desculpas públicas aos dois cronistas visados.
“Tanto quanto sei o doutor João Soares já pediu desculpa aos visados pela forma como se expressou. Eu pessoalmente, quero também expressar publicamente desculpas a duas pessoas, a Augusto M. Seabra, por quem tenho particular estima, e a Vasco Pulido Valente, por quem tenho consideração”, afirmou António Costa.
Contactado pela agência Lusa, Augusto M. Seabra considerou “inqualificável que, para além da ameaça de agressão física, para mais vinda de um ministro, tenha usado as redes sociais para responder, dessa forma, àquilo que é um exercício legítimo de um texto de opinião”.
Para o colunista e fundador do Público, a reação de João Soares “atenta contra a liberdade de expressão e os direitos constitucionais dos cidadãos”.
Vasco Pulido Valente, por sua vez, afirmou apenas: “Cá fico à espera das bofetadas“.
ZAP
Comentário: o Povo que elege os seus ditos|supostos representantes por vezes também lhe apetece correr com eles à bofetada, não só pela forma como são representados, mas, pelos actos danosos que praticam lesando a Pátria.  
Essa possibilidade ainda não aconteceu, porque a "lei diz" que não se pode fazer justiça pelas próprias mãos. Então, onde estão os tribunais?

J. Carlos

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