quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Quatro passos para estabelecer uma comunicação mais compassiva e não violenta



Você já ouviu falar em Comunicação Não Violenta? E já parou para pensar o quanto nossa sociedade é violenta? Não digo o ato de violência em si, mas como ela pode ser naturalizada e reproduzida sem que percebemos que é um ato de violência , ela impera no nosso modo de nos relacionar com o outro, causando assim afastamentos, conflitos tudo por conta da forma como nos comunicamos.

A Comunicação-Não-Violenta (CNV), intitulada por Marshall Rosenberg, seguidor e aluno de Carl Rogers, sugere que este seja um método de comunicação clara e empática constituída por alguns elementos. Diante disto ele criou quatro pilares que possibilitam construir uma comunicação mais assertiva e clara:

 Observações, sentimentos, necessidades e pedidos.

Este método é muito bem empregado em muitos lugares onde a comunicação acontece, como por exemplo, instituições escolares, empresarial, mediação de conflitos e relações de modo geral. Resumidamente, a intenção é que ocorra um diálogo simples, claro sem a intenção de culpabilizar, coagir ou ameaçar o outro, facilitando a aproximação, num jeito de falar mais consciente, observando as necessidades internas e genuínas de si e o mundo. Vou explicar todos os pilares:

Observar:

O ato de observar não se confunde com avaliação, pois a avaliação propicia o julgamento. As pessoas num modo geral tende a receber como critica e isso não contribui para a CNV.

Sentimentos:

Qual é o sentimento que a observação fez você sentir? Ou o que o outro está sentindo? Tente descobrir o que o outro sente e peça. Nomear a emoção, livre de julgamento moral, permite a conexão com o outro, num espírito de respeito mútuo e cooperação. Exemplo: “Vejo que você tem faltado no serviço a semana inteira (observação). Fico meio preocupada.” (sentimentos)

Necessidade:

Uma vez que você observou, factualmente, entrou em contato com o seu sentimento. Qual é a sua necessidade, antes de pedir?

Exemplo: “Vejo que você se afasta quando eu chego. (observação). Me sinto desconfortável (sentimento), pois preciso de um pouco de contato agora”(pedido). Ou Você está se sentindo ressentida por não ser apreciada como deveria?” (adivinhando os sentimentos do outro)
As Necessidades são comuns a todas as pessoas e não está relacionada a nenhuma circunstância ou estratégia específica para a realização delas. Desta forma, querer ir ao cinema com alguém específico não é uma necessidade, ao mesmo tempo que um desejo de passar um tempo com uma pessoa em particular também não o é. A necessidade genuína aqui seria ter uma companhia.

Pedido:

Nesta parte é importante fazer seu pedido concreto para que a ação encontre a necessidade identificada.

Peça de maneira clara e específica aquilo que você quer ao invés vez de falar nas entre linhas ou afirmar apenas o que não deseja. Por exemplo, “Vejo que você se afasta quando eu chego(observação) Não está se sentindo apreciada como deveria? (sentimento).  Se a resposta for sim, você pode revelar seu próprio sentimento e propor uma ação: “Bem, eu me sinto triste quando isso acontece. Que tal podermos conversar um pouco mais e entrarmos num acordo?

Para que o pedido seja realmente um pedido – e não uma exigência –, permita que a outra pessoa opine ou proponha alternativas. Quando a decisão é em conjunto, você demonstra quer que essa ação porque ambos consentirem voluntariamente, sem sentirem culpa ou pressão. O segreda é a empatia e tudo se dá mais facilmente.

No sentido amplo de toda essa explicação a intenção de fazer uma observação que é contrária ao julgamento, em seguida identificando os sentimentos que ocorrem na fala, encontrando qual a necessidade daquele sentimento para finalizar com um pedido, num movimento de fazer um pedido concreto para que a ação encontre a necessidade identificada.

Diante disso a empatia nos faz aproximar porém, tendamos a nos comunicar de forma alienante assim como diz Marshall na qual evidenciamos o julgamento do que é certo e errado na qual chega para o outro como imposições, e esquecemos que cada um tem sua forma de pensar e agir, é importante que possamos respeitar o outro que pensa ao contrário.

Algumas dicas para tentar praticar:

 Comece usando para si mesmo os passos para obter clareza quanto às próprias necessidades, é importante ter paciência pois mudar o que já está muito incrustado leva um tempo, mudar uma cultura não é uma tarefa fácil,  mas somente com a prática isso será possível.
 Escute atentamente o que o outro tem para dizer
 Procure pensar o que está por traz das palavras, inclusive das de baixo calão.
 Quando alguém falar a você num tom de julgamento ou imposição, falando palavrões inclusive, é possível escutar e sentir quais as necessidades a serem realizadas.

 Ás vezes é muito difícil mudar, mas não tenha medo de cometer erros, se deu errado ou não ficou satisfeito tente outra vez na próxima oportunidade. 
 A discutição com pessoas em extremo nervosismo não é uma boa prática, é interessante só ouvir e tentar se conectar.

Diante de tudo que escrevi aqui, você vai perceber que cada vez que estiver mais atento a você mesmo, e aberto para se conectar com o outros sem uma atitude defensiva ou de julgamento aos poucos a comunicação ficará mais fluida e autêntica e trará muito benefícios a si e aos que te cercam.

Fonte de pesquisa: Livro Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais, de Marshall Rosenberg
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Suzidalia A. dos Santos Brito
Psicóloga - CRP 06/126904 – Psicoterapeuta Humanista – Abordagem Centrada na Pessoa ; graduada também em Gestão de Recursos Humanos. Atuou há mais de 6 anos com saúde pública; desenvolve trabalhos em ONGs voltada ao bem-estar, experiência com treinamentos motivacionais e técnicos em desenvolvimento de pessoas. Realiza projetos específicos  Institucionais e empresas. 11 96548-3610


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