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A
candidata à liderança do CDS-PP Assunção Cristas espera de Marcelo Rebelo de
Rebelo na Presidência da República a procura de consensos mas também um papel
interventivo e defende que o país deve gratidão a Cavaco Silva.
Em
entrevista à agência Lusa, Assunção Cristas, única candidata à liderança do CDS
no Congresso do próximo sábado e domingo, afirmou esperar que Marcelo Rebelo de
Sousa, que toma posse na quarta-feira, "seja igual a ele mesmo e que diga
um pouco aquilo que disse durante o tempo de campanha eleitoral", em que o
tom conciliador dominou o discurso do candidato à chefia do Estado.
"Será
certamente um Presidente que procurará os consensos, que procurará estabelecer
diálogos, que será interventivo, que tomará a iniciativa em muitos aspetos,
dentro da lógica de compreensão dos poderes do Presidente, que são poderes de
arbitragem, poderes de influência e de desbloqueio para pontes de
diálogo", afirmou.
Sobre
o Presidente cessante, Aníbal Cavaco Silva, a ex-ministra da Agricultura reage
aos baixos índices de popularidade do ainda chefe de Estado afirmando que
"a justiça só será feita daqui a uns anos", considerando que
"haverá, porventura, muitas incompreensões de determinadas posições do Presidente
cessante" que só o "distanciamento e a História" poderão
resolver.
"Temos
todos de aguardar e temos de estar gratos, porque passou tempos muito difíceis
durante os seus dez anos de Presidente, em particular no segundo mandato, numa
situação em que o país se colocou, que não dependeu dele, mas que também acabou
por afeta-lo muito", declarou.
Ainda
sobre Marcelo Rebelo de Sousa, Assunção Cristas disse ter entendido "muito
bem" a campanha eleitoral que fez e a postura de conciliação e pacificação
relativamente ao Governo do PS, liderado por António Costa.
"Entendi-o
muito bem. Penso que de um Presidente da República era isso que se esperava.
Bem ou mal, concordando-se ou discordando-se da solução governativa neste
momento em Portugal, a verdade é que ela existe e aqui temos de também virar
uma página", declarou.
Assunção
Cristas sublinha que o executivo de esquerda "existe, cumpriu os seus
processos constitucionais".
"Nessa
medida, teremos de trabalhar, cada um vestindo o papel que lhe compete, e o
papel do Presidente e é um papel de árbitro e de moderação. O meu papel, enquanto
futura presidente do CDS, será um papel de oposição firme consistente, mas
sempre mostrando outros caminhos sempre também procurando em vários temas gerar
consensos", afirmou.
"Isso
tem de ser possível no nosso país e eu trabalharei para isso mesmo. Consensos
naquilo que é possível, num contexto de profunda discordância de
políticas", acrescentou.
Questionada
sobre o papel que Marcelo Rebelo de Sousa pode vir a ter caso o Governo de
António Costa falhe, disse: "Ele pode ter o papel que quiser, é aquele que
ele quererá interpretar e certamente que, com a criatividade e a inteligência
que tem, será capaz de porventura encontrar outra hipóteses que nunca ninguém
pensou".
"Não
estou a pensar em nada em concreto, mas acredito que Marcelo Rebelo de Sousa,
sendo constitucionalista, sendo uma pessoa com grande facilidade de perceção
das realidades e de comunicação e tendo uma reconhecida criatividade, poderá
ter um papel relevante", sustentou.
A
candidata à liderança dos centristas não exclui que o CDS volte ao Governo
dentro do atual quadro parlamentar, embora considere que tal hipótese é
"altamente improvável" e sempre sem António Costa.
"Acho
muito improvável um cenário desses, mas não podemos dizer que é impossível, que
se este Governo falhasse, se este apoio à esquerda falhasse, e se António Costa
vendo que tinha falhado abandonasse a sua posição como secretário-geral do PS e
outro viesse que fizesse aquilo que António Costa teve oportunidade para fazer
a seguir às eleições e não quis fazer, apoiar um Governo que tinha saído
vencedor", afirmou.
Fonte:
Lusa
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