sábado, 7 de maio de 2016

GARGANTA FUNDA DOS PANAMA PAPERS QUEBRA O SILÊNCIO (MAS SEM SE REVELAR)


 
The Panama Papers: políticos, criminosos, e a indústria fora-da-lei que lhes esconde o dinheiro
The Panama Papers: políticos, criminosos, e a indústria fora-da-lei que lhes esconde o dinheiro
A “Garganta Funda” dos chamados Panama Papers, responsável pela divulgação de 11,5 milhões de documentos da empresa de advogados Mossack Fonseca, com sede no Panamá, deu sinal de vida, revelando as suas motivações, mas sem divulgar a sua identidade.
Numa espécie de manifesto escrito enviado ao jornal alemãoSüddeutsche Zeitung e publicado pelo The Guardian, a fonte de uma das maiores fugas de informação de sempre garante quenão é um espião e que só quis denunciar a injustiça dasoffshores e dos paraísos fiscais.
“Não trabalho para nenhum governo ou agência de inteligência, directamente ou indirectamente, e nunca trabalhei. O meu ponto de vista é totalmente meu”, assegura, sem revelar a sua identidade ou sequer o género.
Na nota escrita, o responsável pela divulgação dos Panama Papers conta que começou por oferecer os documentos a“vários grandes grupos de média” que, após os consultarem, terão decidido não os usar.
Diz ainda que até a WikiLeaks rejeitou os dados e que só depois de contactar o jornalista alemão Bastian Obermayer, do Süddeutsche Zeitung, é que estes foram revelados e partilhados com o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, órgão que facultou o acesso a 100 grupos de média, em 83 países, incluindo os portugueses Expresso e TVI.
Quanto às motivações por trás da fuga de informação, diz que “a desigualdade de rendimentos é um dos assuntos mais definidores dos nossos tempos”.
“As empresas de fachada são, muitas vezes, associadas com os crimes de evasão fiscal. Mas os Panama Papers mostram, sem sombra de dúvidas, que, embora as companhias de fachada não sejam ilegais, são usadas, por definição, para uma série alargada de crimes graves”, acusa a fonte.
Considerando que a sua acção lançou “um novo e encorajante debate global” e mostrando-se disposto a colaborar com entidades governamentais “no que puder” ajudar, a fonte afiança que aquilo que as Leis mundiais permitem, actualmente, em termos de paraísos fiscais, “é deveras escandaloso e tem que ser mudado”.
SV, ZAP

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