quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Sociedade | Polícia parece acreditar que menina desaparecida em França ainda pode estar viva

Autoridades concentraram-se ontem num lago a doze quilómetros da casa do principal suspeito e numa zona de desfiladeiros, sem indícios novos

As autoridades francesas continuam à procura de Maëlys. Ontem durante o dia foram reforçadas as buscas, inicialmente no lago de Aiguebelette, a 12 quilómetros da casa do suspeito de 34 anos que se encontra em prisão preventiva. De acordo com o jornal “Dauphine Liberé”, ao início da tarde as buscas foram redirecionadas para uma zona de desfiladeiros junto ao rio Guiers, em Saint-Béron, mas até ao fecho da edição não foram tornadas públicas novas pistas sobre o paradeiro da criança.

Maëlys de Araújo, de nove anos, desapareceu na madrugada do dia 26 de agosto, quando estava numa festa de casamento, na região de Pont-de-Beauvoisin, no sudeste de França.

O alerta foi dado pela mãe, por volta das três da manhã. As autoridades foram imediatamente chamadas ao local para começarem as primeiras buscas, mas ainda não obtiveram sucesso.

Todos os convidados que estavam presentes na festa foram interrogados e dois homens acabaram por ser detidos. Um dos suspeitos iniciais, de 24 anos, foi detido por as suas declarações não estarem a bater certo com a cronologia das suas ações, mas acabou por ser libertado. Um outro suspeito de 34 anos foi detido porque alguns dos convidados desmentiram as suas declarações, isto é, o homem afirmava que não tinha saído do local da festa, quando na verdade outras pessoas diziam que ele se tinha ausentado no momento em que a menina desapareceu. Este segundo suspeito encontra-se atualmente em prisão preventiva, por ter sido encontrada uma amostra de ADN da menina no interior do seu carro. Ontem, ao final da tarde, o “Dauphine Liberé” revelou que a investigação apurou que o porta-bagagens do Audi A3 do suspeito foi limpo com um produto utilizado habitualmente para limpar jantes.

Desde que a criança desapareceu a polícia já fez várias buscas nos rios da região e nos terrenos perto do local em que Maëlys desapareceu, com o auxílio de mergulhadores, cães e helicópteros. Também a população tem estado envolvida nas buscas. Ontem, uma amiga do homem que se encontra detido, testemunhou que Nordahl tinha anunciado há duas semanas que ia pôr o carro à venda – a explicação dada para a viatura ter sido limpa a fundo no fim de semana do desaparecimento.

A mulher, citada pelo “Le Parisien” sob anonimato, disse não acreditar que o amigo seja responsável pelo desaparecimento da criança, mas admite que possa ter havido um acidente. Os pais da criança já vieram esclarecer que não tinham qualquer ligação com o homem detido, pedindo respeito pelo segredo de justiça.

Um novo caso Maddie?

O facto de as suspeitas terem recaído sobre um convidado do casamento recorda o caso de Madeleine McCann, arquivado em 2008, em que um dos primeiros suspeitos da polícia acabou por ser Robert Murat, presença habitual no aldeamento e que chegara a participar nas buscas – Murat viria a ser ilibado e Maddie nunca foi encontrada. Para Francisco Moita Flores, antigo inspetor da Polícia Judiciária, não existe qualquer paralelismo entre os dois casos. “Os aspetos são totalmente diferentes. A única coisa que tem em comum é o desaparecimento e o facto de serem meninas pequenas”, sublinhou ao i.

No caso de Maddie, a criança encontrava-se sozinha em casa, enquanto Maëlys estava rodeada por uma multidão e perto dos seus pais. E, para já, as autoridades ainda acreditam que seja possível encontrar a criança com vida, ainda que à medida que o tempo passa as expectativas diminuam. O facto de haver buscas reforçadas pode ser um sinal. “Neste momento há perigos, mas se há perigos significa que a polícia tem elementos que estão a trabalhar no sentido de encontrar a criança com vida, portanto essa questão ainda não se coloca”, explicou Moita Flores.

O antigo inspetor acrescenta ainda que, dependendo das circunstâncias do desaparecimento, uma criança da idade de Maëlys pode sobreviver durante muito tempo sozinha, dependendo do clima da região, do acesso a água e mantimentos.

Fonte: SOL

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