terça-feira, 22 de janeiro de 2019

O adeus à água do Caramulo. Empresa fecha portas no próximo mês

A TSF subiu ao alto da serra e conversou com alguns dos trabalhadores da fábrica da Água do Caramulo, que vão perder o emprego, com o encerramento da fábrica no próximo mês.
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TSF
"É a melhor água do mundo", é o que garantem os ainda funcionários da fábrica da Água do Caramulo, que, no próximo mês, vão ficar sem trabalho. A unidade vai encerrar, levando ao despedimento de 26 pessoas.
Com uma média de idades a rondar os 50 anos, a maioria dos trabalhadores da empresa prefere ir para o desemprego e não aderir ao programa de mobilidade aberto pelo Grupo Super Bock, que os iria obrigar a percorrer centenas de quilómetros para trabalhar noutra unidade da companhia.
Sem darem a cara, ou mesmo a voz, confessam ter sido apanhados de surpresa com a notícia que chegou há pouco mais de uma semana - ainda que muitos já andassem desconfiados. Apesar de tudo, dizem estar conformados com o fecho da fábrica. Não deixam, todavia, de lamentar que a Super Bock, antiga Unicer, nunca tenha apostado e promovido a marca 'Água do Caramulo'.
A empresa justifica o encerramento com a "quebra significativa de volumes ao longo dos anos, considerando a baixa procura pela marca nos mercados externos e interno".
"De referir uma tendência de queda de volumes da marca ao longo desta década - na ordem dos 50% -, encontrando-se a produção atual em cerca de um terço da capacidade total desta unidade", indicou a Super Bock em comunicado.
Os funcionários sabem que o encerramento é irreversível, contudo, acreditam que a empresa tem solução. E há já investidores interessados em reabrir a fábrica, adiantou à TSF o presidente da Câmara de Oliveira de Frades, que foi contactado por cerca de uma dezena de empresários.
"Há muita gente interessada em perceber quais são os contornos que o negócio tem neste momento. Estamos muito ansiosos por saber que existe muita gente interessada", afirmou o autarca Paulo Ferreira, recusando adiantar mais detalhes porque "o segredo é a alma do negócio".
Juntamente com os autarcas de Tondela e Vouzela, concelhos que também serão afetados pelo encerramento da Água do Caramulo, Paulo Ferreira está a fazer de tudo para segurar a empresa - que é uma "marca" e uma embaixadora do território.
"Cada vez temos mais dificuldades em manter as pessoas. Se desaparecer [uma empresa como] a Água do Caramulo, que de forma indireta traz muitos agentes à serra e às freguesias, vai ser mais difícil fixarmos pessoas", alertou.
À TSF, o Grupo Super Bock disse que "a decisão" de encerramento da unidade "está tomada". "Relativamente ao cenário de venda", adiantou que "é uma oportunidade que não surgiu", nada mais tendo "a acrescentar nesta fase".
José Ricardo Ferreira / TSF

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