quarta-feira, 4 de março de 2020

Juventude e valores morais

Marcos Machado

Vicejam por todo o Brasil, estuantes de vitalidade, movimentos de jovens combatendo a esquerda e sua política demolidora dos valores morais e institucionais — substrato de uma nação digna deste nome — ao mesmo tempo em que buscam caminhos para a sua reedificação.

Baseio-me em um artigo de Plinio Corrêa de Oliveira, publicada no jornal “O Legionário” (10-9-1939), na qual ele mostra a íntima relação do verdadeiro patriotismo com os valores morais, uma vez que o tecido social a ser restaurado exige necessariamente tal concepção como ideal.

Dr. Plinio dá o exemplo de um personagem de relevo em nossa história: o Duque de Caxias [foto do monumento em homenagem a Caxias]. Comenta o articulista que ninguém ignora que ele foi, quer como estadista, quer como militar, uma das mais puras glórias do Brasil. O que, porém, jamais será suficientemente posto em relevo é a verdadeira origem de sua grandeza intelectual e moral.

Católico fervoroso e disciplinado, o imortal Pacificador hauria na oração, nos sacramentos e na vida interior os tesouros de energia, de coragem e de abnegação com que tanto engrandeceu o Brasil.

Possa o exemplo que Caxias nos legou — tanto no campo de batalha com a espada desembainhada, como junto ao pé do altar com as mãos postas em prece —, inspirar sempre em nossos governantes a convicção de que só seremos grandes se nossos filhos souberem seguir os exemplos dos heróis e dos santos.

Em seus desígnios, Deus deseja que seus filhos sejam cidadãos modelares, dispostos a se sacrificar inteiramente pelos interesses e direitos de sua pátria. A tal ponto isto é verdade, que se pode mesmo afirmar que em qualquer país onde existam cidadãos fiéis a Nosso Senhor Jesus Cristo, estes ou serão os melhores cidadãos, ou serão católicos muito medíocres.

A razão disso está no fato de ser Ele a única fonte verdadeira do perfeito patriotismo, pois o sentimento natural de amor à pátria, sob o influxo da graça divina, adquire um vigor invencível e inigualável, de que Santa Joana d’Arc foi um maravilhoso exemplo.

Quem no mundo pagão — indaga Dr. Plinio —, entre tantos generais, tantos guerreiros e tantos estadistas encanecidos pelo trabalho, excedeu em patriotismo a virgem de Domrémy, duplamente frágil pelo sexo e pela idade?

Procuremos tirar daqui uma lição para os nossos dias. O Brasil, que rejeitou a esquerda tanto nas ruas quanto nas urnas, deverá formar as novas gerações dentro desse real patriotismo, consubstanciado nos valores morais.

Julgo que esta seria a hora de a CNBB — se realmente ela estivesse preocupada com os valores morais — dar suas diretrizes para a formação moral e patriótica. Afinal, um país não é simplesmente um conjunto de indivíduos, como os peões num jogo de xadrez ou os passageiros num vagão de metrô, mas ele possui um tecido social do qual decorre a ideia de pátria, cujos fundamentos repousam nos valores morais, na Lei Natural e na observância dos Mandamentos.

Foi-se o tempo em que um esclerosado laicismo pregava a absurda separação entre patriotismo e valores morais. Se existe em todo o rejuvenescimento do Brasil uma nota nova, esta é a compreensão do fundamental papel desses princípios morais na sua reedificação.

Como seria bom se nesta hora histórica nosso clero desse uma verdadeira formação moral ao povo que Deus lhe confiou! Mas quantos sacerdotes e bispos terão pensado nisso? Inclusive os bispos da Amazônia, que se levantaram em defesa da fossilização dos índios… Será o tema da Quaresma, ou da próxima reunião da CNBB em Itaici?

ABIM

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